Meu Marido Fingiu Que Alugávamos a Casa, Mas Na Verdade Era Dele — O Destino Não Deixou Passar Impune

Sempre fui muito cuidadosa com dinheiro. Economizava cada centavo, evitava gastar comigo mesma, tudo para garantir que pudéssemos pagar o aluguel da nossa charmosa casinha. Paul e eu dividíamos as despesas, mas ele sempre ficava responsável por transferir o valor para o suposto proprietário. Nunca desconfiei. Confiava nele. Estávamos juntos há anos.
Recentemente, ele viajou a trabalho por alguns dias. Então, resolvi fazer uma surpresa e pagar o aluguel daquele mês por conta própria. Fui até o banco, informei à atendente que queria pagar o aluguel e passei o número da conta que Paul havia anotado no caderno, dizendo ser do proprietário da casa.
A atendente conferiu e disse:
— Sim, essa conta recebe os pagamentos todos os meses.
Mas então meu estômago revirou quando ela completou:
— Essa conta pertence a uma senhora chamada Helen Parker.
— Helen Parker? Tem certeza? — perguntei, já desconfiada.
— É o que consta aqui. Essa conta recebe os depósitos mensalmente há anos — respondeu ela.
Helen Parker era a mãe de Paul.
— Deve estar havendo algum engano — balbuciei.
— Receio que não, senhora. Posso imprimir os comprovantes, se quiser verificar — ofereceu a atendente.
Saí do banco atônita e voltei para casa dirigindo em silêncio, tentando digerir tudo.
Assim que cheguei, fui direto ao escritório de Paul e comecei a vasculhar suas gavetas. Precisava de respostas.
Não demorou muito para encontrar os documentos de propriedade da casa. O imóvel estava no nome de Paul desde anos atrás. Ele era o único dono.
Naquele momento, minha melhor amiga, Jessica, me ligou.
— Tá tudo bem? Você não voltou pro trabalho — perguntou.
Contei a ela tudo o que havia descoberto.
— Ele levou o laptop com ele? — ela perguntou.
— Não, está aqui — respondi.
— Então abre! Deve ter mais coisa aí!
Liguei o notebook e encontrei mensagens trocadas entre Paul e Helen. Eles planejavam manter tudo em segredo. A ideia era continuar recebendo o “aluguel” que, na verdade, era repassado diretamente para a mãe dele.
Senti o peso da traição. Mas o destino tratou de dar o troco.
Naquela noite, uma forte tempestade atingiu nossa cidade e causou alagamentos. Na manhã seguinte, a água começou a infiltrar pelo teto, até que a casa foi tomada pela enchente.
Peguei algumas coisas e fui para um hotel. Jessica se ofereceu para me receber, mas recusei.
— Não vou ficar muito tempo naquela casa. Quando Paul voltar, passo lá para pegar o restante das minhas coisas — disse.
No dia em que Paul retornou da viagem, fui até a casa para reunir o que havia sobrado.
Ele entrou pela porta e disse:
— Emma, está tudo bem? O que aconteceu aqui?
Virei-me com o olhar firme:
— Estou bem. Mas a casa não está. O teto está comprometido em vários pontos. Ainda bem que a casa não é nossa, né? O seguro do proprietário que resolva isso.
Paul entendeu na hora.
— Emma… eu posso explicar…
— Nem precisa — cortei. — Eu vi os extratos bancários, os documentos da casa e as mensagens para a Helen. Sei de tudo.
Ele abaixou os ombros, derrotado.
— Como você foi capaz? — perguntei com a voz embargada. — Eu confiava em você. Sempre sonhei em fazer planos, viajar, viver bons momentos… e, esse tempo todo, eu estava sustentando sua mãe com o meu suor?
— Ela é idosa… precisa de ajuda — tentou justificar.
— Não! Sabemos que não precisa. O pai dela deixou tudo para ela. E mesmo que precisasse, você poderia ter sido honesto. Mas escolheu mentir por anos.
— Podemos superar isso juntos…
— Não, Paul. Você me usou. Durante anos. E eu finalmente terminei com isso.
Voltei para o hotel, onde Jessica passou a noite comigo.
No dia seguinte, procurei um advogado e entrei com uma ação para reaver o dinheiro que repassei sem saber.
A justiça ficou do meu lado. Paul e Helen foram obrigados a me devolver cada centavo.
Com esse dinheiro, aluguei um pequeno apartamento só meu. Um espaço tranquilo, onde posso simplesmente fechar a porta e partir sempre que quiser.
Depois de resolver tudo, entrei com o pedido de divórcio. Deixei Paul — e sua mãe — no passado.



