HISTÓRIAS

Pai expulsa esposa e gêmeas recém-nascidas — anos depois, implora por ajuda

A chuva caía sem parar quando Angie se encolheu no ponto de ônibus, apertando suas filhas gêmeas recém-nascidas contra o peito. Seus braços doíam, mas ela não afrouxava o abraço.

— Deus, por favor… nos ajude a passar essa noite. Dê abrigo a nós — sussurrou, limpando as gotas geladas, misturadas com lágrimas, do rosto das bebês.

Sem família para recorrer, Angie estava sozinha, com duas filhas pequenas e sem destino.

Um barulho atrás dela a assustou. Assustada, mas determinada a proteger as meninas, ela se virou bruscamente — era apenas um cachorro de rua. Ela suspirou aliviada, mas o coração ainda pesado. Dias antes, jamais teria imaginado que sua vida mudaria tão drasticamente.

Jake, seu marido, o homem que ela amava e confiava, a havia colocado para fora de casa com suas filhas recém-nascidas como se fossem um fardo.

— Se ao menos a mamãe estivesse aqui — soluçou Angie. — Você me avisou para não me apressar com o Jake… eu devia ter escutado.

Eles se conheceram logo após a faculdade e viveram um romance de conto de fadas. Casaram-se em um ano e começaram a construir uma vida juntos. Mas tudo mudou quatro anos depois, quando Angie anunciou que estava grávida.

Jake não ficou feliz. — Angie, acabei de lançar meu negócio. Adiamos filhos por tanto tempo… não estou pronto para ser pai — disse, frustrado.

Mesmo com a frieza dele, Angie se animou ao saber que esperava gêmeas. Mas quando o médico confirmou, Jake perdeu o controle.

— Um bebê, tudo bem… mas gêmeos? — ele rosnou, saindo da sala.

A partir daquele dia, ele se distanciou. Não foi a consultas, mal perguntava como ela estava. E quando as meninas nasceram, ele sequer apareceu no hospital. Mandou a empregada e o motorista buscá-la.

De volta à casa, Angie levou um golpe:
— Ficamos com um bebê. O outro será colocado para adoção. Se você não concordar, pode sair com as duas — disse Jake friamente.

— Você está ouvindo o que está dizendo? — chorou Angie. — São nossas filhas!

— Meu negócio finalmente está lucrando. Não vou desperdiçar isso criando duas crianças — respondeu ele, insensível.

Com o coração em pedaços, Angie pegou uma mala e suas bebês e saiu no meio da noite, abandonada por quem mais amava.


De volta ao presente, no ponto de ônibus encharcado, Angie olhava suas filhas dormindo em seus braços. — E agora, para onde vamos? — murmurou.

Faróis iluminaram a calçada. Um carro parou, e o vidro desceu, revelando uma senhora idosa vestida como freira.

— Está tudo bem, minha filha? Está frio e chovendo. Venha comigo — disse, com doçura.

Angie hesitou, mas sentiu sinceridade na voz da mulher. Cobriu melhor as meninas e entrou no carro.

— Suas filhas são lindas. Você tem para onde ir? — perguntou a freira.

— Não… fomos rejeitadas por alguém que amávamos — respondeu Angie, com a voz embargada.

A freira as levou ao convento, onde Angie e as gêmeas encontraram abrigo, paz e uma nova chance. Ela começou a dar aulas na escola da igreja e também trabalhou como garçonete. Em dois anos, abriu uma pequena cafeteria.

A vida começou a melhorar. Sophie e Marley cresceram cercadas de carinho. Angie não se arrependeu de ter deixado Jake. Mesmo sem pedir o divórcio oficialmente, nutria esperança de que ele mudasse.

Cinco anos se passaram. Angie prosperou, abriu mais duas cafeterias, comprou uma casa simples e deu uma vida digna às filhas.

Enquanto isso, Jake viu seu império ruir. Negócios faliram, dívidas se acumularam, e amigos sumiram. Desesperado, pensou em Angie — a mulher que ele descartou. Talvez ela pudesse ajudá-lo.

Uma noite, Angie ouviu batidas na porta. Ao abrir, congelou. Jake estava ali, encharcado, abatido.

— Angie… me desculpa. Perdi tudo: meu negócio, minha reputação. E agora vejo o erro que cometi. Por favor… me ajude.

Surpresa, ela o deixou entrar. Jake viu uma foto dela com as filhas na parede. Seus olhos se encheram de lágrimas.

— Fui um tolo. Abandonei quem mais importava. Você pode me perdoar?

Angie o ouviu em silêncio. Ele estava destruído. Apesar de tudo, ainda havia compaixão em seu coração. Ela lhe entregou um cheque com o valor exato que ele precisava.

— Mas… por que faria isso por mim? Depois do que fiz?

Angie sorriu, serena:
— Porque naquela noite eu aprendi o que a ganância destrói. E hoje, aprendi o que o perdão pode restaurar. Guardar rancor só nos machuca. Todos erramos, Jake. Mas também temos a chance de consertar.

Jake prometeu reconstruir não só sua vida, mas também a relação com Angie e com as filhas. E, dessa vez, ser o pai que sempre deveria ter sido.

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