HISTÓRIAS

MINHA IRMÃ MAIS NOVA ME TRAIU, ROUBOU MEU NOIVO

— ENTÃO PREPAREI UMA SURPRESA NO DIA DO CASAMENTO DELA QUE ELA NUNCA VAI ESQUECER

Eu não deveria estar nesse casamento.
Isso ficou claro pelos olhares tortos e pelos cochichos que recebi enquanto atravessava o salão luxuoso.

Admito que a decoração estava espetacular. Erica escolheu tons de ouro e marfim, os convidados usavam vestidos caríssimos e smokings impecáveis. Tudo parecia perfeito. Mas nenhuma elegância escondia a podridão por trás daquele evento.

Não era um casamento qualquer. Era o casamento dela.
Erica. Minha irmã mais nova. A queridinha dos nossos pais. Aquela que sempre teve tudo sem esforço, enquanto eu ralei para conquistar cada pequena vitória.

E agora, ela havia tomado o que era meu por direito:
Stan.

Stan era meu noivo. Meu futuro. O homem que eu amava e confiava — até a noite em que cheguei mais cedo em casa e os encontrei juntos, na minha cama.

Lembro do olhar congelado de Stan, envergonhado. Erica, por outro lado, apenas sorriu com arrogância.
— Eu venci, Paige — disse ela com frieza. — Xeque-mate.

Um mês depois, o casamento que planejei por mais de um ano foi cancelado. Perdi o dinheiro dos fornecedores e ainda precisei lidar com o escárnio de vê-los assumirem o namoro publicamente.

Fugi da cidade por algumas semanas. Me hospedei em motéis, trabalhei remotamente e tentei superar. Quando voltei, adotei um gatinho e segui com minha vida. Até que, um ano depois, recebi o convite.

Erica e Stan iam se casar — e queriam que eu assistisse à “vitória” deles.
Mas havia algo que Erica não sabia.

Eu não estava ali para sofrer em silêncio. Estava ali para garantir que ela nunca esquecesse o que fez comigo.
E principalmente, para que ela jamais esquecesse o que aconteceria naquela noite.

A cerimônia passou como um borrão. Mal prestei atenção nos votos. Stan parecia apaixonado — fingimento puro. Erica sorria como se tivesse conquistado o maior prêmio do mundo.

Sorri discretamente.
“Curte enquanto pode, querida”, pensei, tomando um gole do champanhe.

Na recepção, risos e brindes preenchiam o ambiente. Um telão mostrava fotos do casal, com poses românticas e olhares cúmplices. Quem não soubesse da história acreditaria num conto de fadas.

Mas aquilo ia mudar.

Caminhei até o projetor, conectei discretamente meu pendrive, respirei fundo e dei o play.
Showtime.

No início, ninguém percebeu. As conversas continuavam animadas. Até que a voz de Stan preencheu o salão:
— Por favor, não me deixe!

Era uma gravação da câmera de segurança do meu quarto. Stan, aos prantos, implorava meu perdão:
— A Erica não significa nada! Foi um erro! Eu te amo, Paige! Eu cometi um erro enorme!

O salão ficou em silêncio.
Olhei para Erica. Ela estava pálida.

Stan também congelou, os olhos arregalados. Mas eu não tinha terminado.

O vídeo continuou: imagens de câmeras de segurança os mostravam entrando escondidos na minha casa, invadindo meu quarto, dia após dia.

Até que apareceu a cena final. Erica deitada na minha cama, rindo:
— Ela nunca vai saber…

— Paige quem? — respondeu Stan, aos risos.

O choque foi geral. Alguém derrubou uma taça. Minha mãe parecia prestes a desmaiar. Meu pai cerrava os dentes com tanta força que quase os ouvia ranger.

Erica balbuciou:
— I-isso é montagem… Não é real!

— O jantar será servido agora! — gritou, tentando controlar a situação. — Vamos todos nos sentar!

Mas Stan se virou para ela, furioso:
— Você disse que tinha deletado tudo do computador da Paige!

— Ah? — perguntei inocente. — Então você sabia que as câmeras iam flagrar tudo?

Stan ficou branco.

Foi quando outra voz atravessou o salão:
— Paige.

Era Jack, vestido como garçom. Mas era meu namorado — e meu cúmplice.

Um mês antes, quando contei meu plano, Jack insistiu em ir comigo.
— Me disfarço de garçom, se precisar. Mas quero estar lá com você.

Agora ele caminhava até mim com passos decididos, parou na minha frente e se ajoelhou.
— Esperei tempo demais pra isso, meu amor. Paige, você quer se casar comigo?

Silêncio total.
— O quê?! — gritou Erica, fora de si. — Aqui? No MEU casamento?!

Eu apenas sorri.
— Você me roubou o noivo e o casamento. Eu só roubei a cena.

— SIM! — respondi olhando para Jack. — Sim, eu quero!

O salão explodiu em reações. Algumas pessoas bateram palmas. Outras murmuravam em choque. Minha mãe chorava de emoção.

Erica, por outro lado, tremia de raiva. Gritou, derrubou uma cadeira.
— Esse dia era MEU!

— Era — respondi. — Mas agora, é nosso.

De mãos dadas com Jack, deixei o salão, enquanto minha irmã permanecia ali: humilhada, traída, devastada.

Mais tarde, sentamos em um pequeno restaurante 24h, ainda vestidos com trajes de gala, comendo batata frita e rindo como se nada mais importasse.

— Há quanto tempo planejava isso? — perguntei.

— O pedido? Faz meses. Mas sabia que você precisava curar primeiro. Eu só esperei o momento certo.

E ele escolheu o momento perfeito.

Naquele dia, eu recuperei algo que Erica nunca poderia roubar: a minha dignidade, minha paz e meu amor verdadeiro.

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