HISTÓRIAS

A IDOSA SEM-TETO ME PEDIU UMA CARONA ATÉ A IGREJA.

— TRÊS DIAS DEPOIS, ELA BATEU À MINHA PORTA USANDO UM LUXUOSO CASACO DA GUCCI

Rachel já estava acostumada a esticar cada centavo. Como mãe solteira, sua vida era uma batalha constante contra o imprevisto — bastava uma despesa fora do orçamento para que tudo desmoronasse.

No último sábado, ao sair do Walmart com seu filho de seis anos, Joey, uma senhora idosa se aproximou no estacionamento. Suja, com roupas rasgadas e olhar cansado, ela parecia viver nas ruas.

— Por favor — sussurrou a mulher, com a voz trêmula —, você pode me levar até a Igreja de Santa Maria? Eu preciso muito chegar lá.

Rachel hesitou. A gasolina estava cara, e cada dólar fazia diferença.

— Me desculpe, eu… — começou ela, mas ao olhar nos olhos da senhora, algo a tocou.

Suspirou, olhou para o filho e finalmente disse:

— Tudo bem. Entre.

Durante o trajeto de vinte minutos, a mulher agradeceu repetidamente, com um tom de emoção genuína. Quando chegaram à igreja, ela desceu rapidamente do carro.

— Deus te abençoe — murmurou antes de desaparecer pelas portas pesadas de madeira.

— Mamãe — disse Joey do banco de trás —, você fez a coisa certa.

Rachel forçou um sorriso.

— Eu espero que sim, meu amor.

Ela achou que aquilo terminaria ali. Mas estava enganada.


Três dias depois, por volta das sete da noite, alguém bateu à porta. Rachel, que estava secando a louça, quase deixou o pano cair ao abrir.

Era a mesma senhora — mas completamente diferente.

Estava limpa, elegante, com os cabelos bem arrumados e usando um casaco novo da Gucci, do tipo que Rachel só tinha visto em revistas.

— O que… está acontecendo? — balbuciou.

A mulher sorriu com doçura.

— Meu nome é Eliza — disse com voz calma e refinada —, e eu lhe devo uma explicação.

Rachel a convidou para entrar. Eliza se sentou no sofá gasto da sala e alisou o tecido caro do casaco antes de começar a contar.

Disse que, quando Rachel a encontrou, ela não estava apenas sem teto — estava perdida. Havia décadas que vivia assim. No passado, Eliza teve um noivo chamado Albert, que a amava profundamente. Mas no dia do casamento, ela desistiu.

— Disse a ele que não estava pronta, que tinha sonhos demais para realizar. Ele ficou com o coração partido… mas nunca desistiu de mim.

Eliza continuou:

— Ele me deixou uma carta dizendo que esperaria por mim todos os domingos ao meio-dia, na Igreja de Santa Maria, pelo tempo que fosse necessário.

Rachel estava atônita.

— E ele… ele esperou?

— Ele esperou — confirmou Eliza com lágrimas nos olhos. — E estava lá no dia em que entrei na igreja.

Albert construiu uma fortuna enquanto esperava. E mesmo assim, nunca deixou de acreditar que ela voltaria. Quando Eliza contou a ele sobre a carona que recebeu, Albert insistiu que encontrassem Rachel.

Então, um homem entrou pela porta. Era Albert.

— Eu precisava te agradecer pessoalmente — disse ele, com um sorriso caloroso. — Foi por sua causa que recuperei o amor da minha vida.

— Eu não fiz nada demais — respondeu Rachel, emocionada.

— Você escolheu a bondade, mesmo sem obrigação alguma — disse Albert, estendendo um envelope.

Com as mãos trêmulas, Rachel abriu. Dentro, havia um cheque de 150 mil dólares.

Ela ficou sem palavras.

— Então apenas diga que virá ao nosso casamento — sorriu Eliza. — Será no mês que vem. Adoraríamos que você e Joey estivessem presentes.


Quando eles se foram, Rachel ficou sentada no silêncio da sala, olhando o cheque em suas mãos. Joey se aproximou e a abraçou pela cintura.

— Você está bem, mamãe?

Ela sorriu com os olhos marejados.

— Estou, meu amor. Nunca estive tão bem.

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