Testemunho

“Das Cinzas à Esperança: Meu Encontro com Deus”

Sempre ouvi falar que Deus faz milagres, mas nunca imaginei que eu mesma viveria um. Minha vida era tranquila, sem grandes altos e baixos. Eu tinha uma família, um trabalho estável e seguia uma rotina sem grandes surpresas. Mas tudo isso mudou em um instante, e foi nesse momento que descobri que minha fé seria minha única esperança.

Era uma sexta-feira comum. Eu saí do trabalho, passei no mercado e fui para casa, como sempre fazia. O dia estava quente, e eu mal via a hora de tomar um banho e descansar. Mas ao chegar em casa, notei um silêncio estranho. Meu marido costumava chegar um pouco depois de mim, e meus filhos já deveriam estar brincando no quintal.

Coloquei as compras na mesa e chamei por eles. Nenhuma resposta. Meu coração acelerou. Subi as escadas e fui direto para o nosso quarto. Foi ali que meu mundo desabou.

No chão, havia uma carta. Minha mão tremia enquanto eu pegava o papel. As palavras eram duras, frias, impiedosas:

“Eu não posso mais continuar. Preciso ir embora. Cuide das crianças.”

Meu marido havia partido. Sem explicações, sem despedidas. Apenas se foi.

O desespero tomou conta de mim. Caí de joelhos no chão, sentindo um nó na garganta que parecia me sufocar. As lágrimas começaram a cair sem controle. O que eu faria? Como explicaria isso para os nossos filhos?

Os dias seguintes foram os mais difíceis da minha vida. A dor da traição, do abandono e do medo do futuro me consumia. Comecei a sentir um peso insuportável nos ombros, um vazio dentro do peito. Cada dia era uma batalha para levantar da cama.

Foi então que, em meio ao desespero, algo inesperado aconteceu.

Certa noite, depois de colocar as crianças para dormir, sentei-me no sofá, olhando para o nada. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar. Eu me sentia derrotada. Foi quando, sem pensar, falei em voz alta:

— Deus, se o Senhor realmente existe… me ajuda.

Aquela frase saiu quase como um sussurro, mas parecia carregar toda a dor da minha alma. Foi naquele momento que algo aconteceu.

De repente, uma paz inexplicável tomou conta do ambiente. Não era um alívio imediato, mas uma certeza silenciosa de que eu não estava sozinha. Pela primeira vez em semanas, consegui dormir sem sentir aquele aperto sufocante no peito.

Na manhã seguinte, acordei diferente. Ainda machucada, sim, mas com uma pequena faísca de esperança. Decidi ir a uma igreja que ficava perto de casa. Eu precisava de respostas.

Ao entrar, senti um calor tomar conta de mim. O louvor começou, e as palavras da música pareciam ser direcionadas a mim:

“Mesmo que eu não veja, estás trabalhando. Mesmo que eu não sinta, estás trabalhando.”

As lágrimas voltaram, mas desta vez eram diferentes. Não eram de desespero, mas de um alívio que eu não sabia explicar. Foi naquele momento que senti Deus me abraçando.

A partir daquele dia, minha vida começou a mudar. Não, meu marido não voltou. Mas eu descobri algo muito maior: descobri que eu nunca estive sozinha. Deus sempre esteve lá, esperando que eu me rendesse a Ele.

Com o tempo, comecei a me reerguer. Consegui um emprego melhor, conheci pessoas que me apoiaram e, o mais importante, aprendi a perdoar. Meu coração, antes destruído, foi restaurado.

Hoje, quando olho para trás, vejo que aquela dor foi o que me levou ao verdadeiro amor de Deus. Se não fosse por aquele abandono, talvez eu nunca tivesse me aproximado d’Ele da maneira que fiz.

E se tem algo que posso dizer a você que lê essa história agora, é: não importa o quão quebrado você esteja, Deus pode te restaurar. Ele transforma cinzas em beleza. Eu sou prova disso.

Artigos relacionados