Fui à festa de fim de ano da empresa do meu marido pela primeira vez, mas jamais imaginei que encontraria sua outra “esposa” lá.

Tudo começou numa noite tranquila. Jennifer e Oliver estavam assistindo a um filme quando o som de uma notificação interrompeu o silêncio. O laptop de Oliver, que estava aberto sobre a mesa, emitiu um sinal. Ele havia ido ao banheiro, deixando o dispositivo desbloqueado.

Jennifer, curiosa, se inclinou para olhar a tela e o assunto do e-mail imediatamente chamou sua atenção:
“Prezado Sr. Oliver, temos o prazer de anunciar que a festa de Ano Novo está se aproximando. Código de vestimenta: White Party. Você pode trazer um acompanhante (sua esposa). Endereço…”
Ela leu o e-mail duas vezes, incrédula. A empresa do marido nunca permitira acompanhantes em eventos. Lembrava claramente das vezes que Oliver havia se queixado sobre isso. No entanto, ali estava o convite, com a palavra “esposa” destacada.
Quando Oliver voltou, Jennifer tentou agir naturalmente:
— A sua empresa vai fazer uma festa de Ano Novo? — perguntou, tentando soar casual.
Oliver ficou tenso por um momento antes de responder:
— Sim, mas não é nada especial, só algo do trabalho.
Logo depois, ele fechou o laptop com pressa, como se não quisesse que ela visse mais nada.
— Posso ir? — insistiu Jennifer, sorrindo.
A resposta de Oliver foi fria:
— Não, não aceitam convidados. Você sabe como essas coisas são.
Jennifer franziu a testa.
— Mas o e-mail dizia que você podia levar a sua esposa…
Oliver a interrompeu, evitando olhar nos olhos dela:
— Não, Jen. Confia em mim, não é importante. Além disso, vou trabalhar até tarde naquela noite.
Algo estava errado. Jennifer confiava nele há anos, mas dessa vez seu instinto lhe dizia o contrário. Decidiu não insistir naquele momento, mas sua mente não conseguia parar de pensar no assunto.
A noite de Ano Novo chegou. Jennifer, diante do espelho, ajustava seu vestido branco. A curiosidade a consumia há dias. Por que ele não queria que ela fosse à festa? Estaria escondendo algo?
Oliver saiu apressado de casa com um breve “Feliz Ano Novo!”, deixando-lhe um beijo frio na bochecha. Jennifer, decidida, esperou alguns minutos antes de segui-lo.
Ao chegar ao hotel onde a festa estava sendo realizada, tudo brilhava com luxo: serpentinas prateadas, luzes cintilantes e um clima de risadas e música. Ela se aproximou da recepção com determinação.
— Olá, sou Jennifer, a esposa de Oliver — disse com confiança.
O gerente hesitou por um momento antes de responder:
— Esposa? Ah… acho que houve um engano. O Sr. Oliver já está aqui com seu acompanhante.
O coração de Jennifer quase parou.
— Acompanhante? Eu sou a esposa dele!
O gerente, visivelmente desconfortável, tentou explicar, mas Jennifer não o ouviu. Seus olhos, agora fixos, encontraram Oliver ao fundo da sala. Ele estava rindo, acompanhado de uma mulher de cabelos escuros que parecia estar muito à vontade ao seu lado.
Jennifer sentiu como se o chão desaparecesse sob seus pés. Sem dizer uma palavra, saiu do local, sua mente inundada de perguntas.
No dia seguinte, enquanto tentava processar o que acontecera, o telefone tocou. Era do hospital. Oliver havia sofrido um acidente de carro naquela manhã. Jennifer foi correndo até o hospital e, ao vê-lo na cama com curativos e um braço quebrado, a mistura de emoções foi avassaladora.
— Jen, não é o que parece — ele sussurrou com a voz fraca.
— Oh, Oliver, é exatamente o que parece. Você me mentiu. Me fez acreditar que eu não poderia ir àquela festa, e agora eu sei o porquê.
Oliver tentou se justificar, mas Jennifer o interrompeu. Ela sabia que a relação deles jamais seria a mesma. Embora tivesse ajudado a autorizar a cirurgia que ele precisava, estava clara para ela a certeza de que a confiança estava quebrada.
Aquele dia marcou o começo de um novo capítulo na vida de Jennifer. Um capítulo onde ela percebeu seu próprio valor e decidiu que não aceitaria menos do que merecia.