Meu futuro cunhado sempre foi um problema, mas no dia do nosso casamento ele passou dos limites — e essa foi a gota d’água para mim e para o Michael.

Quando comecei a namorar o Michael, parecia um conto de fadas.
Não o tipo perfeito, mas um daqueles com reviravoltas inesperadas.
Chorei no nosso primeiro encontro porque cheguei atrasada, entrei correndo no restaurante, ofegante e envergonhada.
Terminamos o jantar, mas ele não me ligou por uma semana. Achei que o havia assustado.
Algum tempo depois, nos reencontramos em uma festa de um amigo em comum. Expliquei que sou uma pessoa muito emocional — e, para minha surpresa, ele disse que era igual.

Isso foi há seis anos. Desde então, nos tornamos inseparáveis.
Nosso relacionamento evoluiu rapidamente, e oito meses atrás, Michael me pediu em casamento.
Mas, como em qualquer casal, havia um problema. A família dele. Mais precisamente: o irmão, Jordan.
Jordan era insuportável. Arrogante, mal-educado, egocêntrico. Se achava melhor do que todos — até mesmo que o próprio irmão.
No início, ele até foi cordial. Tivemos uma conversa educada. Mas quando fui ao banheiro, ele estava me esperando na porta.
Ele inclinou a cabeça e disse:
— Ah, vamos lá. Meu irmão não merece alguém como você.
Antes que eu pudesse responder, ele segurou minha cintura. A mão escorregou e apertou meu quadril.
— Me solta! — gritei, empurrando-o para longe, o coração disparado.
Corri de volta para o salão de jantar, tentando recuperar o fôlego.
No carro, Michael me olhou preocupado:
— Você tá bem? Comeu alguma coisa estragada?
Respirei fundo e respondi:
— O Jordan deu em cima de mim.
Depois disso, começaram as mensagens. Insinuações. Fotos indecentes. Palavras nojentas. Bloqueei o número dele imediatamente.
Contei tudo para o Michael e disse que não queria Jordan no nosso casamento. Ele concordou na hora.
Um tempo depois, Michael chegou em casa visivelmente tenso. Afundou no sofá, suspirando fundo.
— Falei com meus pais — disse, desanimado. — Eles disseram que, se o Jordan não for convidado, eles também não vão.
Senti o peso da situação. Suspirei, engolindo o orgulho.
— Tá bom… Vamos convidar o Jordan — anunciei, tensa.
O grande dia chegou. Eu estava na sala da noiva, na igreja, em frente ao espelho. Minhas madrinhas me ajudavam com os últimos detalhes.
O vestido estava lindo. Tudo estava perfeito. Então, bateram à porta.
Abri sorrindo — e o sorriso desapareceu no mesmo instante.
Era o Jordan.
— O que você— — comecei, mas ele me interrompeu jogando um balde cheio de um líquido gelado e pegajoso sobre mim.
Fiquei encharcada — cabelo, pele, vestido.
— Isso é por me rejeitar, sua bruxa — disse com um sorriso cruel.
Senti o cheiro de tinta na hora. Meus braços estavam cobertos de verde. Meu vestido branco perfeito, arruinado.
Ele apenas riu e bateu a porta, deixando-me ali, tremendo.
Caí sentada na cadeira, chorando descontroladamente. Minhas madrinhas entraram correndo, desesperadas.
Stacy segurou meus ombros:
— Fica aqui. Vou encontrar um vestido branco, qualquer coisa!
Mas eu não conseguia parar de chorar.
A cerimônia já havia começado. De repente, a porta se abriu com tudo. Stacy entrou ofegante, segurando um vestido lindo.
— O Jordan disse pra todo mundo que você fugiu! O Michael tá em pânico — disse, apressada.
Tirei o véu, deixando meu cabelo manchado de verde cair pelos ombros.
Quando entrei na igreja, todos se viraram para me olhar.
— Eu não fugi! — gritei, cortando o silêncio.
— O Jordan jogou tinta verde em mim. Depois mentiu dizendo que eu fui embora!
Jordan recostou-se no banco e deu um sorriso debochado.
— Foi só uma brincadeira inocente — disse, dando de ombros.
— Isso não foi uma brincadeira! Ninguém aqui está rindo! Estamos todos no limite! — Michael retrucou, furioso.
Ele deu um passo à frente:
— Cai fora! — disse firme. — Ou eu mesmo vou te tirar daqui.
— Michael, ele é seu irmão — protestou a mãe, levantando-se de repente.
Michael virou-se para ela, firme:
— Se você apoia o que ele fez, pode ir junto.
O silêncio tomou conta da igreja. Os pais de Michael se entreolharam, então pegaram Jordan pelo braço e foram embora sem dizer uma palavra.
Suspirei, sentindo um peso sair de cima de mim.
— Obrigada por me defender — falei, com a voz firme.
Michael olhou nos meus olhos e respondeu:
— A partir de agora, sempre.