Meu marido não guardou jantar para mim enquanto eu alimentava nosso recém-nascido.

Depois de passar o dia inteiro cuidando do nosso bebê, eu estava exausta. As mamadas constantes, as trocas de fraldas e as pequenas crises de choro me consumiram completamente. Mesmo assim, mantive a esperança de que, pelo menos naquela noite, meu marido me ajudaria a cuidar de nós dois.
Enquanto eu alimentava nosso filho, pensei que ele prepararia o jantar ou pelo menos deixaria algo para mim. Eu havia prometido que voltaria assim que terminasse, e acreditei que ele entenderia. No entanto, quando finalmente cheguei à cozinha, encontrei apenas pratos vazios e uma mesa bagunçada. A geladeira estava praticamente vazia. Não restava nada para mim.

Embora eu tenha tentado manter a calma, por dentro eu estava frustrada e triste. Como ele pôde comer tudo e nem sequer pensar em guardar um prato para mim? Depois de um dia inteiro dedicada ao nosso bebê, tudo o que eu queria era sentar, comer algo e respirar um pouco.
Tomei coragem e perguntei a ele sobre o jantar. Seu olhar de surpresa me deixou ainda mais magoada. Ele se desculpou rapidamente, dizendo que não sabia que eu estava com fome. Para ele, talvez fosse apenas uma distração, mas para mim, naquele momento, significava muito mais.
O problema não era a comida. Nunca foi.
O que realmente me doeu foi me sentir sozinha, invisível dentro da nossa rotina diária. Era o peso de carregar tantas responsabilidades sem sentir apoio nas pequenas coisas — aquelas que mostram cuidado, atenção e parceria.
Eu não precisava de gestos grandiosos. Apenas pequenas ações que demonstrassem que ele via o esforço que eu fazia todos os dias. Um prato reservado, uma pergunta se eu precisava de algo, ou apenas um “estou aqui” teriam mudado tudo.
Naquela noite, enquanto amamentava novamente e pensava em tudo isso, percebi que precisávamos conversar — de verdade. Precisávamos nos reconectar, nos ouvir e lembrar que, mesmo no meio da exaustão e da correria, a gentileza e o respeito são fundamentais.
Porque no final das contas, o amor também se constrói nos detalhes — nos cuidados silenciosos, nos gestos simples e na capacidade de enxergar o outro mesmo quando estamos cansados.
Aprendi que não basta esperar que o outro adivinhe nossas necessidades. É preciso falar, mostrar e construir o que queremos juntos.
Saiba mais abaixo.