Meu marido se recusou a comprar uma máquina de lavar nova e mandou eu lavar tudo à mão — porque prometeu as férias da mãe dele.

Seis meses após o parto, eu estava completamente sobrecarregada com a quantidade de roupas de bebê. Foi então que nossa máquina de lavar quebrou.
Conversei com meu marido, Billy, e disse que precisávamos de uma nova com urgência.
A resposta dele?
“Esse mês não dá. Estou pagando as férias da minha mãe. Você pode lavar tudo à mão. As pessoas faziam isso por séculos, e NINGUÉM morreu por isso!”

Desculpa?!
Por duas semanas e meia, eu esfreguei roupas com as mãos até meus dedos ficarem em carne viva. Tudo isso enquanto cuidava de um recém-nascido e mantinha a casa funcionando.
Na terceira semana, eu atingi o meu limite. Decidi que ele precisava aprender uma lição.
Naquela manhã, preparei o lanche dele como sempre. Mas, em vez de uma refeição decente, enchi a lancheira com pedras. No topo, coloquei um bilhete dobrado.
Depois, beijei sua bochecha e o mandei para o trabalho. E então, esperei.
Às 12h30 em ponto, Billy entrou em casa furioso, com o rosto vermelho de raiva.
“O QUE DIABOS VOCÊ FEZ?!” — gritou, jogando a lancheira no balcão.
Sequei minhas mãos com a toalha e disse:
“O que foi, querido?”
Ele abriu a tampa da lancheira, puxou o bilhete e leu em voz alta:
“Homens costumavam conseguir comida para suas famílias sozinhos. Vá caçar sua refeição, faça fogo com pedras e frite.”
O rosto dele se contorceu de raiva.
“Você tá maluca, Shirley? Tive que abrir isso NA FRENTE dos meus colegas de trabalho!”
Cruzei os braços.
“Ah, então passar vergonha em público é ruim… quando acontece com você?”
Billy parecia querer gritar, mas, pela primeira vez, não tinha uma resposta pronta.
“Vamos lá, Billy. Me diz como isso é diferente do que você fez comigo.”
Ele cerrou o maxilar.
“Shirley, isso é… isso é coisa de criança.”
Soltei uma risada seca.
“Ah, entendi. Então o seu sofrimento é válido, mas o meu é ‘coisa de criança’?”
Ele levantou as mãos no ar.
“Você podia simplesmente ter falado comigo!”
“Falado com você? Eu falei, Billy! Eu disse que não dava pra ficar três semanas sem máquina de lavar. Eu disse que estava exausta. E você simplesmente encolheu os ombros e disse pra eu lavar na mão. Como se eu fosse uma mulher do século XIX!”
Apontei para a lancheira.
“Você achou que eu ia simplesmente aceitar, né? Lavar, esfregar, me acabar de trabalhar enquanto você ficava sentado no sofá, tranquilo toda noite?”
Billy desviou o olhar.
Balancei a cabeça.
“Eu não sou sua empregada, Billy. E com certeza não sou sua mãe.”
Por fim, ele murmurou:
“Eu entendi.”
“Entendeu mesmo?” — perguntei.
Ele suspirou, os ombros caindo.
“Sim. Entendi.”
Voltei a me virar para a pia.
“Ótimo.” — disse, enquanto enxaguava as mãos. — “Porque se você algum dia colocar as férias da sua mãe acima das minhas necessidades básicas de novo, é melhor aprender a acender fogo com aquelas pedras.”
Billy passou o resto da noite emburrado.
Não ligou a TV, ficou sentado no sofá de braços cruzados, encarando a parede como se ela tivesse o traído. Mal tocou na janta. De vez em quando suspirava alto, como se eu devesse sentir pena dele.
Eu não senti. Deixei ele refletir no silêncio.
Na manhã seguinte, ele saiu cedo, sem dizer uma palavra.
E eu também não perguntei onde ele ia.
Naquela noite, quando ele voltou para casa, apareceu com uma máquina de lavar novinha.
Sem desculpas. Sem reclamações. Apenas instalou a máquina, conectou as mangueiras, conferiu as configurações.
Quando terminou, finalmente olhou pra mim, com um semblante arrependido.
“Agora eu entendi.”
Assenti com a cabeça.
“Bom.”
“Eu, ah… devia ter te escutado antes.”
“Devia mesmo.” — respondi, cruzando os braços.
Ele pegou o celular e saiu da cozinha sem discutir. Sem se justificar. Apenas aceitou. E sinceramente? Pra mim, isso já foi suficiente.