Minha cunhada jogou fora as cinzas da nossa mãe sem nos avisar – e o karma deu o troco no Natal

Uma semana antes do Natal, meu irmão Ryan e sua esposa, Lindsey, apareceram na porta da nossa casa, agasalhados e com uma expressão cansada. A calefação da casa deles havia quebrado, e a onda de frio os forçou a procurar abrigo. Apesar das minhas reservas, meu marido, Nathan, e eu os recebemos de braços abertos — mal sabíamos o caos que estava por vir.
Nos primeiros dias, tudo parecia normal. Mas, já no terceiro dia, o comportamento da minha cunhada começou a me incomodar profundamente.
Ela insistia em usar o nosso banheiro principal, mesmo tendo um banheiro reservado para hóspedes. Deixava toalhas molhadas espalhadas, usava meus produtos sem pedir, e — para piorar — comecei a perceber que algumas das minhas roupas estavam “misteriosamente” no fundo da mala dela. Sem nem me consultar.
Mas nada disso se comparou ao que aconteceu na manhã da véspera de Natal.
Estávamos nos reunindo para o café da manhã quando notei algo estranho. A lareira, que antes estava decorada com guirlandas e meias natalinas, estava… vazia.
— Alguém viu a mamãe? — perguntei com a voz tremendo levemente. Estava me referindo à urna de mármore preto que continha as cinzas da nossa mãe. Havíamos colocado ali para cumprir seu último desejo: “passar” o primeiro Natal com a família após sua partida.
Lindsey levantou os olhos do prato e respondeu com um encolher de ombros, como se nada fosse:
— Ah, você quer dizer aquelas cinzas? Joguei lá no quintal. Aquela urna me dava um susto toda vez que eu via!
— Você fez o quê?! — gritei, com as lágrimas descendo imediatamente.
— Relaxa, são só cinzas. Vocês fazem um drama por tudo — rebateu ela, indiferente.
— Ela tinha UM ÚNICO pedido! Como você pôde fazer isso? — esbravejei, inconformada.
— Ah, como se ela fosse saber — murmurou Lindsey com desprezo.
A frieza dela me acertou como um tapa no rosto. Com raiva e desespero, corri para o quintal, torcendo para ainda conseguir salvar alguma coisa. Vasculhei o gramado, procurei no lixo, mas havia pouco o que recuperar. As cinzas da nossa mãe… tinham sido simplesmente descartadas.
Naquela noite, enquanto eu remoía minha indignação e considerava expulsá-los de casa mesmo sendo véspera de Natal, um grito aterrorizante ecoou do andar de cima.
Nathan e eu nos entreolhamos assustados e corremos escada acima. Antes mesmo de chegarmos ao quarto deles, um cheiro horrível tomou conta do corredor. Um fedor de esgoto insuportável. No quarto, o carpete, as roupas da Lindsey — e inclusive algumas minhas — estavam encharcadas por uma água suja que vazava do banheiro da suíte.
— Parece que o vaso entupiu — disse Nathan, tentando conter o riso.
— Um verdadeiro milagre de Natal — ele completou, arrancando um olhar furioso de Lindsey.
Aproveitei a deixa e soltei, com sarcasmo:
— Talvez seja o karma… sabe, pelo que você fez com a mamãe. Ela sempre teve um senso de humor ácido.
Lindsey ficou pálida. Ryan a levou para fora do quarto em silêncio, constrangido.
No dia seguinte, o encanador só pôde vir depois do Natal. Ou seja: passamos o feriado inteiro com o cheiro de esgoto no ar.
Mais tarde, Ryan me puxou de lado e disse:
— Obrigado por não expulsar a gente. Eu sei que a Lindsey pode ser… difícil.
— Difícil? — respondi, erguendo a sobrancelha. — Ryan, ela jogou fora as cinzas da nossa mãe!
Ainda indignada, considerei mandá-los embora. Mas, quando olhei para Lindsey sentada à mesa — pálida, nervosa, quase esperando que o teto caísse — percebi que talvez o universo já tivesse feito justiça por mim.
E quando ela tentou se vitimizar na frente da família, dizendo que estava “sofrendo”, todos a repreenderam.
— Você jogou fora as cinzas da mãe deles?! — exclamou minha tia, horrorizada. — Em que mundo isso faz sentido?
No fim daquela noite, Lindsey estava humilhada — e eu sentia que a justiça havia sido feita.
Mamãe pode não ter estado fisicamente conosco como queríamos, mas naquele Natal, sua presença foi mais forte do que nunca.