HISTÓRIAS

Minha Tia Sumiu com Meu Dinheiro e Documentos na Disneyland — Mas Eu Preparei a Vingança Perfeita na Volta de Trem

Quando imaginei visitar a Disneyland Paris, pensei em magia, fogos de artifício e a realização de um sonho de infância — não em estresse, traição e uma das maiores pequenas vinganças da minha vida.

Tudo começou com o que parecia ser uma oferta generosa. Minha tia Marie tinha organizado uma viagem de aniversário para os filhos gêmeos. Estava tudo pronto: passagens, ingressos, hotel.

Quando um dos amigos dela desistiu, ela me chamou com um sorriso doce:

— “Você pode ir no lugar dele! Só precisa pagar a parte dele.”

Eu tinha 16 anos, não tinha dinheiro sobrando, mas sonhava com castelos encantados e churros. Então aceitei. Só que ela se esqueceu de mencionar um detalhe: eu não iria como convidada, mas sim como babá gratuita.

Assim que chegamos, tudo ficou claro. Ela gritava com os funcionários, sumia pelos shoppings e me deixava sozinha cuidando dos filhos. Eu virava babá, empurradora de carrinho, carregadora de bolsas e até caçadora de lanches.

Apesar do cansaço, respirei fundo e me esforcei para aproveitar. Mas no último dia, tudo desmoronou.

A Montanha-Russa da Virada

Um dos gêmeos queria ir na montanha-russa Rock ‘n’ Roller. O outro, não. Minha tia revirou os olhos e disse:

— “Leva ele. Eu fico aqui com as bolsas.”

Entreguei a ela minha bolsinha com tudo dentro: celular, passaporte, RG, cartão de débito.

Minutos depois, saímos do brinquedo e… ela tinha desaparecido. A bancada estava vazia. Nenhuma bolsa. Nenhuma tia.

Revirei o parque. Lojas, banheiros, arredores. Nada.

Uma hora depois, suando, com o garoto reclamando, entrei em pânico. Eu estava sem telefone, sem dinheiro, sem identificação, num país estrangeiro.

Levei o menino até o posto de crianças perdidas e expliquei tudo. Os seguranças ficaram chocados ao saber que eu não era mãe da criança, mas sim uma adolescente largada ali pela própria tia.

Chamaram ela no alto-falante várias vezes. Nenhuma resposta.

Pedi um telefone emprestado e liguei para meu pai — era o único número que eu sabia de cor. Ele ficou furioso. Depois, preocupado. Disse com calma:

— “Vamos resolver isso. Você consegue voltar para o hotel?”

— “Talvez, mas não tenho como pagar o táxi.”

— “Fala com o atendimento. Vou autorizar no meu cartão.”

Ouvir isso quase me fez chorar de alívio.

O trajeto de táxi foi um borrão. Quando chegamos ao saguão do hotel, a recepcionista sorriu:

— “Tem um bilhete para você!”

Era um papel de hotel rabiscado:

“Fui jantar. Te vejo no trem. — Tia Marie”

Nenhuma desculpa. Nenhuma explicação. Nenhuma preocupação.

Foi ali que entendi: eu nunca fui família para ela. Só uma babá substituta com cartão bancário.

E foi aí que o medo virou raiva.

O Trem e o Pão Murcho

Na manhã seguinte, com outro táxi pago pelo meu pai, corremos para a estação. Encontramos minha tia no vagão-restaurante, toda arrumada, tomando café com calma.

— “Por que essa cara feia?” — ela perguntou. — “Eu deixei um bilhete! Olha só, trouxe até jantar!”

Ela me entregou… um pão murcho e frio.

Nada além disso. Nenhuma vergonha. Só arrogância.

Não respondi. Apenas me virei para o filho dela:

— “Vamos comer de verdade.” E comprei para ele a maior fatia de bolo de chocolate que encontrei. Ficamos o resto da viagem por lá, longe dela.

Mas a história não termina aí…

A Doce Vingança

Meses depois, nossa família começou a planejar uma viagem de inverno para uma cabana nas montanhas. Chocolate quente, jogos, neve… tudo perfeito.

Tia Marie logo comentou no grupo da família:

— “Que delícia! Me avisem o que devo levar!”

Com um sorriso, respondi:

— “Deixa comigo! Eu cuido de todas as reservas.”

E cuidei. Reservei todos os quartos, paguei os depósitos… menos o dela.

Na véspera da viagem, mandei a confirmação das reservas dos gêmeos. Horas depois, veio a mensagem dela:

— “Ei, não achei meu nome na reserva. Estou esquecendo algo?”

Liguei para ela, calma como nunca:

— “Estranho… Os meninos estão confirmados. Você não achou sua reserva? Que pena. Deixei um bilhete na recepção.”

Silêncio. Depois, gritos:

— “Você tá brincando?! Ainda está magoada com aquilo? Eu só saí por algumas horas! Como pôde me excluir de uma viagem de família?!”

Sorri e respondi:

— “Você me deu um pão e um bilhete. Agora recebe migalhas. Parece justo.”

Ela surtou. Disse que eu arruinei a chance dela de se conectar com os filhos antes das aulas.

Mas nós fomos mesmo assim.

Ela os deixou no aeroporto, e cuidamos deles com carinho. Brincaram na neve, riram nos jogos, tomaram chocolate quente com bigodes de espuma. Tirei dezenas de fotos — e postei todas no grupo da família.

Ela viu cada uma delas.

E talvez — só talvez — tenha aprendido que abandonar pessoas tem consequências.

Principalmente quando a pessoa que você deixou sabe escrever bilhetes tão bem quanto você.

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