HISTÓRIAS

Nossa Vizinha Atrevida Fez uma Festa no Nosso Quintal e Mandou a Gente Ficar Dentro de Casa — Mas Demos o Troco em Grande Estilo

Nossa casa dos sonhos tinha tudo — palmeiras balançando, vista infinita para o mar… e a vizinha dos pesadelos, que ninguém te avisa que vem junto. Ela fez uma festa de aniversário no nosso gramado e nos mandou ficar dentro de casa, dizendo que era “só para a família”. Achou que tinha vencido. Mas o que ela não sabia é que paciência tem limite — e nós preparamos um troco inesquecível.

Me chamo Evelyn — Evie para os íntimos — tenho 30 anos e sou casada com um homem que trata planilhas como obras de arte. Depois de 15 anos trabalhando em turnos duplos e abrindo mão de férias, finalmente conseguimos: uma casa à beira-mar, com brisa salgada, sol o ano todo e paz… ou assim pensávamos.

A verdadeira tempestade não veio do mar — veio da casa ao lado.

Três dias após a mudança, ainda entre caixas, ouvimos uma batida forte na porta. Era uma mulher de cabelo platinado, óculos escuros de grife e um vestido digno de capa de revista.

— Oi! Sou a Tammy, sua vizinha — disse ela, olhando por cima do meu ombro para dentro da casa. — Só vim avisar do churrasco que vamos fazer no sábado. Todo mundo sempre usa o quintal, então vamos montar tudo por volta do meio-dia.

— Prazer, Evie — respondi, confusa. — Mas você quis dizer o seu quintal, né?

Ela riu como se eu tivesse contado uma piada.
— Não, querida. Os dois lados sempre compartilharam o quintal e o píer. É tradição.

— Desculpe, deve haver um engano. Compramos essa metade, incluindo o quintal e a maior parte do píer. Está na escritura.

— Isso não é o que costumava acontecer nos últimos cinco anos. O antigo dono nunca se importou.

— Eu entendo, mas não somos inquilinos. Compramos essa propriedade. Se quiser usar nosso espaço algum dia, é só pedir.

Ela me lançou um olhar de cima a baixo.
— Você acha que preciso de permissão? Tanto faz. A gente se fala depois.

Enquanto ela se afastava, vi um homem sem camisa, segurando uma cerveja, nos observando da varanda — e claramente já irritado conosco.

— Quem era? — perguntou Nate, meu marido.

— Nossa vizinha. E acho que temos um problema.

— Vai dar tudo certo. Às vezes, as pessoas só precisam de limites claros.

Se fosse tão simples assim…

No sábado seguinte, enquanto tomava café no pátio, um caminhão enorme entrou na nossa garagem.

— Entrega para a senhorita Tammy! — anunciou o motorista.

Antes que eu dissesse qualquer coisa, Tammy apareceu, indicando o gramado:
— Pode colocar ali, perto do gazebo.

Fui até ela.
— Tammy, o que está acontecendo?

— Aniversário da minha filha Kayla — respondeu, apontando para uma enorme caixa. — Compramos um castelo inflável.

— No nosso quintal?

— Já te falei como as coisas funcionam por aqui. Além disso, é festa de criança. Não seja a vizinha ranzinza.

— Ranzinza? Você devia ter pedido antes.

— Olha, vocês vão precisar ficar dentro de casa hoje — continuou, ignorando. — É só pra família, e o Randy não gosta de estranhos perto das crianças.

Olhei para o tal “Randy”, lutando para abrir uma mesa dobrável com um cigarro pendurado na boca.

— Isso não está certo — falei firme. — Vamos deixar a festa acontecer hoje para não decepcionar sua filha. Mas, depois disso, nosso quintal está fora dos limites — a menos que peça permissão.

Ela estreitou os olhos.
— Vamos ver.

Mais tarde, a festa estava a todo vapor — gritos, música alta, adultos berrando com copos nas mãos. Nos refugiamos dentro de casa, tentando ignorar o caos no nosso próprio quintal.

Até que alguém bateu na porta de vidro. Um homem bêbado, com uma garrafa de cerveja, balançava na varanda dos fundos.

— Posso usar o banheiro? — perguntou, sorrindo.

— Use o da Tammy. A festa é dela — respondi.

— Ela disse que tá cheio. Mandou usar o seu.

Ele tentou empurrar a porta. Nate apareceu logo atrás.

— Qual é, cara? Saia daqui agora!

— Qual o problema? — gritou Tammy, se aproximando. — Kevin só quer usar o banheiro. Vocês nem estão usando todos!

— Isso aqui é uma casa, não banheiro público! — rebati.

— Meu Deus, vocês são muito egoístas. Tanto espaço pra dois, e eu apertada com três filhos…

— Não é nosso problema — disse Nate. — Seu amigo sai agora ou vamos chamar a polícia.

— Por ser bons vizinhos? — ela resmungou, levando Kevin embora.
— Vocês não merecem esse lugar! Egoístas!

Fechei a porta, tremendo de raiva.

— Chega. Vou ligar pra um empreiteiro.

— Já tô pesquisando empresas de cercas — disse Nate, com o celular na mão.

No dia seguinte, um caminhão branco parou na entrada. Recebi a equipe com café e donuts, aliviada por estar resolvendo nosso pesadelo.

— Cerca de privacidade de 1,80m ao longo dessa linha — confirmou o encarregado —, cozinha externa ali, lareira aqui e novo pátio desse lado.

— Perfeito.

Antes mesmo de ver Tammy, senti sua presença.

— O que é isso?! — gritou.

— Melhorias no lar!

Ela cercou o empreiteiro, tentando ler o projeto.
— Isso me afeta também!

— Tudo do nosso lado — expliquei. — Nada disso atinge seu lado.

Mas quando furaram o primeiro buraco, ela entendeu.
— VOCÊS NÃO PODEM FAZER UMA CERCA!

— Podemos sim. Consultamos prefeitura e associação de moradores — disse Nate.

Ela ligou para a polícia.

Vinte e cinco minutos depois, dois policiais chegaram. Tammy correu:

— Eles estão cercando um quintal compartilhado! Sempre usamos tudo!

O oficial pediu nossos documentos. Nate entregou tudo. Após analisar, o policial confirmou:

— Está tudo legal, senhora. A cerca está sendo construída no terreno deles.

— Mas nunca foi assim!

— Acordos antigos entre inquilinos não anulam escritura — explicou o segundo policial.

Randy apareceu, ainda sem camisa:

— Eles só tão do lado deles porque têm dinheiro!

— Senhor, afaste-se — avisou o policial.

Randy não ouviu. Avançou e encostou no policial.

Foi algemado na hora, de bruços na nossa calçada.

Tammy gritou. A equipe congelou. Nate e eu trocamos um olhar incrédulo.

— Isso não acabou — rosnou ela.

— Na verdade — sorri —, acho que acabou sim.

A cerca subiu. A cozinha externa foi finalizada. Nossa paz voltou. Tammy continuou com olhares tortos e comentários venenosos, mas ninguém mais pisou no nosso quintal.

Até que um dia, o telefone tocou.

— Oi, sou George, dono da unidade ao lado. Decidi vender. Vocês têm interesse?

Eu tranquei a ligação e contei a Nate. Ele sorriu.

— Temos muito interesse — respondi.

Três semanas depois, com a compra concluída, bati à porta de Tammy com uma pasta na mão.

— O que você quer?

— Vim me apresentar — disse, entregando o contrato. — Agora sou sua nova proprietária.

A boca dela caiu.
— Você tá brincando.

— Seu contrato vai até julho. Depois disso, vamos reformar. Precisa procurar outro lugar.

— Você não pode fazer isso!

— Posso sim. Mas ofereço três meses de aluguel adiantado se sair até o fim do mês.

Ela bateu a porta na minha cara.

O tempo passou, os cheques pararam de chegar, iniciamos a ação de despejo. Até que um dia, uma senhora desceu de um carro. Era a mãe da Tammy.

Logo tudo mudou. O quintal foi limpo. O barulho parou. E em um domingo, ela bateu à nossa porta com um cesto de pão de banana.

— Sou Darlene, mãe da Tammy. Posso entrar?

Sentamos para tomar café. Ela se desculpou.

— Ela está passando por um momento difícil, mas isso não justifica o comportamento. Já encontrei um lugar novo. Eles sairão até o fim do mês.

— E o aluguel?

Ela colocou um envelope na mesa.
— Está tudo aí — e um pouco mais pelo transtorno.

Depois que saiu, Nate e eu fomos ao pátio e olhamos o mar.

— Isso realmente aconteceu?

— Acho que vimos o poder de uma mãe agindo — disse ele, sorrindo.

Um mês depois, vimos a família de Tammy partir. Darlene acenou. Tammy não.

— E agora, o que fazemos com a unidade? — perguntou Nate.

— Alugamos para alguém que saiba o que é ser um bom vizinho.

— Ou — disse ele, sorrindo — deixamos vazia e aproveitamos o paraíso só pra gente.

Brindei com minha taça.
— Aos limites… e à sabedoria de saber quando é hora de construí-los.

Às vezes, é preciso lutar pelo seu pedacinho de paraíso. E às vezes, quando você se mantém firme, acaba conquistando ainda mais do que imaginava.

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