HISTÓRIAS

O marido não sabia que a esposa estava em casa — e revelou um terrível segredo à própria mãe

Dasha e Egor haviam se casado alguns anos antes. O relacionamento avançou rapidamente, mas até mesmo a mãe de Egor aprovou Dasha desde o início. Com sua energia e otimismo, ela trouxe cor e vivacidade à vida da família.

Apesar disso, Egor sempre desviava das conversas sobre filhos. Dasha percebia, mas preferia não pressionar. Apenas dava sinais sutis de seu desejo de ser mãe, respeitando o tempo do marido. Ainda assim, o sonho da maternidade nunca saía de sua mente.

O que tornava as coisas mais leves era a boa relação que ela cultivava com a sogra, Anna Vasilyevna. As duas passavam horas juntas tomando chá, rindo e cozinhando. Havia cumplicidade entre elas.

Naquele fim de semana, o casal foi passar um tempo na dacha da família — um refúgio rodeado de árvores frutíferas, flores e hortas que Dasha adorava.

Elas haviam planejado cozinhar um borscht com beterrabas e repolho frescos colhidos no jardim. Mas quando estavam prestes a servir a refeição, perceberam que não havia creme de leite. Dasha prontamente se ofereceu para ir de bicicleta até a mercearia da vila buscar.

— “Não toquem no borscht até eu voltar!” — gritou ela enquanto saía pedalando.

— “Vamos, meu filho. Vou ralar um pouco de salo pro borscht”, disse Anna. “A vizinha me deu — derrete na boca.”

Assim que voltaram para a cozinha, Egor soltou de repente:

— “Mãe, preciso te contar uma coisa.”

— “Pode falar, filho. Está estranho o dia inteiro.”

— “Tem algo que escondo da Dasha há muito tempo. E isso está me corroendo.”

— “O quê? Ela sabe?”

— “Não. Ninguém sabe. Mas não aguento mais esconder. Ela vive perguntando por que ainda não compramos um apartamento.”

— “Eu também me pergunto. Vocês ainda moram de aluguel. Até me ofereci para ajudar na entrada…”

— “E agora ela fala cada vez mais sobre ter filhos.”

— “Claro! Já passou da hora. Vocês seriam pais maravilhosos.”

— “Eu… já tenho uma filha.”

Anna congelou.

— “O quê?! Como assim, Egor?”

— “Ela tem quase três anos. Foi um acidente, numa viagem a trabalho. Saí uma noite, fui a um bar, conheci uma mulher… foi só uma noite. Nunca tivemos um relacionamento. Mas semanas depois, ela ligou dizendo que estava grávida. Disse que não queria nada de mim, apenas que ajudasse a sustentar a criança.”

— “Mas isso foi depois do casamento com a Dasha?” — perguntou Anna, atônita.

— “Sim. Depois do casamento. Foi um erro terrível.”

— “E você manteve isso escondido esse tempo todo?”

— “Dasha não sabe de nada. Todo mês transfiro uma parte do meu salário. Ela nem sabe o quanto eu realmente ganho.”

O que Egor não sabia era que Dasha havia voltado minutos antes — tinha esquecido o celular e o cartão. Ao entrar, ouviu seu nome e parou. Curiosa, escutou tudo sem ser notada.

Ficou paralisada no corredor. O coração disparado, tomada por raiva, mágoa e decepção. Pensou em entrar gritando, confrontá-lo. Mas se conteve. Um escândalo não mudaria os fatos.

Aquela traição tinha roubado o futuro deles. Não tinham filhos, nem casa própria. Os planos estavam comprometidos por uma responsabilidade que ele havia escondido.

Mais do que a traição, o que doía era o momento. Se tivesse sido antes do casamento, talvez ela conseguisse perdoar. Mas depois?

Dasha respirou fundo, enxugou as lágrimas e saiu discretamente.

Minutos depois, voltou pedalando com uma sacola de compras.

— “Peguei dois potes de creme de leite e um pão também”, disse, entregando à sogra.

Anna Vasilyevna olhou nos olhos dela.

— “Você ouviu tudo, não é?”

Dasha não conseguiu fingir. Os olhos marejados, a voz trêmula:

— “Sim. Eu sei.”

— “E agora? O que vai fazer, minha filha?”

— “Não sei…”, respondeu Dasha, desabando no ombro da sogra.

— “Shhh… não diga nada por enquanto. Ele não precisa saber que você sabe.”

Foi nesse momento que Egor apareceu na varanda.

— “O que está acontecendo?”

— “Ela só gastou demais e não tinha troco pro pão”, respondeu rapidamente a mãe, protegendo a nora.

Mas Dasha se adiantou, firme:

— “Não, Egor. Eu ouvi tudo. Eu sei da sua filha.”

Egor ficou em silêncio, sem reação.

— “Pensei muito. Você tem uma filha e precisa estar presente por ela. Isso não é um brinquedo — você criou uma vida, e agora deve estabilidade a ela.”

Anna observava em silêncio, admirada com a maturidade de Dasha.

— “Quanto a nós… não temos mais base pra construir nada. Estou te deixando. O resto… é com você.”

— “Dasha, espera…”

— “Já decidi. Anna, posso ficar aqui um tempo?”

— “Claro, querida. Fique o tempo que quiser.”

Seis meses depois, Egor se reconectou com a mãe de sua filha. Embora não houvesse amor, conseguiram estabelecer respeito mútuo e uma parceria estável para criar a criança.

Enquanto isso, Dasha, ainda morando com a sogra, conheceu um vizinho — um jovem programador gentil e com uma vida estruturada. Aos poucos, se aproximaram e ela se mudou para o apartamento dele, feliz por continuar próxima de quem a acolheu.

Anna Vasilyevna, vendo seu filho, sua nora e sua neta seguirem caminhos diferentes, mas seguros, finalmente encontrou paz. Todos que amava estavam bem — e isso era o que realmente importava.

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