HISTÓRIAS

O milionário volta para casa e fica atônito ao ver seu único filho com a nova criada na cozinha…

O jato particular de Richard Hale aterrissou em Chicago justo quando o sol começava a se pôr no horizonte. Para o mundo, Richard era a imagem do sucesso: um investidor bilionário, sempre nas manchetes, sempre fechando negócios. Mas, ao entrar na limusine que o aguardava, sua mente estava longe dos contratos e fusões.

Ele havia estado fora por quase três semanas. Três semanas de reuniões intermináveis em Londres, três semanas de chamadas perdidas de seu filho Ethan, que ele desculpava com mensagens de texto rápidas. Nesta noite, disse a si mesmo, seria diferente. Ele havia comprado presentes caros para Ethan: um tablet novo, tênis, até um carro de brinquedo personalizado. Imaginou o sorriso no rosto do menino.

Quando a limusine chegou à entrada de sua mansão suburbana, o peito de Richard se encheu de expectativa. Ele segurava a maleta com uma mão e os presentes com a outra, e abriu a porta. Esperava risadas, o som dos pés de Ethan correndo para cumprimentá-lo. Em vez disso, silêncio.

Então, vozes. Fracas, vindo da cozinha.

Richard seguiu o som, seus sapatos brilhantes ecoando no chão de mármore. Mas, ao chegar à porta, ele ficou paralisado.

Ethan estava sentado em um banco, com o rosto afundado no ombro de Naomi, a nova criada. Ela tinha cerca de trinta e poucos anos, olhos cansados, mas uma presença amável. Lágrimas desciam pelo rosto de Ethan enquanto ele se agarrava a ela. Naomi o abraçava com cuidado, sussurrando palavras suaves, balançando-o como uma mãe acalmaria uma criança após um pesadelo.

Richard soltou as sacolas de presente. Elas caíram no chão com um baque surdo.

— Ethan? — perguntou com voz trêmula.

O menino olhou para cima, com os olhos inchados.

— Pai, por favor… não mande a Naomi embora. Ela é a única que fica quando eu choro.

O estômago de Richard se revirou. Ele esperava alegria, mas, em vez disso, se deparou com uma verdade que não havia visto — ou que se recusava a ver. Ethan não estava sem brinquedos ou aparelhos. Ele estava sem amor.

Naquele instante, Naomi tentou se afastar, assustada.

— Senhor Hale, eu sinto muito… eu só… ele estava muito triste — disse ela, abaixando a cabeça, com medo de perder o emprego.

Richard ergueu a mão, pedindo silêncio. Seus olhos não estavam nela, mas no filho. Pela primeira vez em anos, ele se ajoelhou no chão frio da cozinha, ficando da altura de Ethan.

— Filho… por que você chora tanto quando eu não estou?

Ethan hesitou, depois falou com a sinceridade cruel das crianças:

— Porque a casa fica grande demais… e vazia. Todo mundo vai embora. Você sempre vai embora.

As palavras atravessaram Richard como uma lâmina. Ele percebeu que havia tentado substituir presença por dinheiro, afeto por luxo, amor por presentes.

Naquela noite, Richard cancelou compromissos, desligou o telefone e ficou. Sentou-se à mesa com Ethan, ouviu suas histórias, ajudou com a lição de casa, colocou-o para dormir. Foi a primeira vez em muito tempo que fez isso.

Na manhã seguinte, algo havia mudado.

Richard chamou Naomi para conversar. Ela entrou na sala com o mesmo medo nos olhos.

— Quero agradecer — disse ele. — Você fez o que eu deveria ter feito há anos.

Naomi se emocionou.

— Eu só cuidei dele como gostaria que alguém tivesse cuidado de mim quando era pequena.

Richard respirou fundo.

— Se aceitar… eu gostaria que você continuasse aqui. Não apenas como funcionária, mas como alguém em quem eu confio para ajudar meu filho a crescer. E eu prometo… não vou mais fugir da minha própria casa.

Os dias passaram. Richard passou a viajar menos. Aprendeu a preparar o café da manhã de Ethan, a ouvir suas dúvidas, seus medos. A mansão deixou de ser silenciosa.

Certo dia, Ethan correu pela casa, rindo, e abraçou o pai.

— Pai… agora você fica.

Richard fechou os olhos, segurando o filho com força.

Naquele momento, ele entendeu que o maior investimento da sua vida não estava em ações, empresas ou cifras — mas no amor que havia deixado de oferecer… e que, finalmente, decidiu recuperar.

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