HISTÓRIAS

Patrão Rico Demite e Humilha Jardineiro Humilde — No Último Dia, Ele Encontra uma Caixa Enterrada que Muda Sua Vida.

Depois de décadas cuidando com carinho de uma grande propriedade, Arthur, um jardineiro dedicado e humilde, foi cruelmente demitido por Stuart — o herdeiro mimado que acabara de assumir a casa após a morte do antigo dono, o Sr. Jared.

Arthur conhecia aquele jardim como a palma da mão. Ele e Jared haviam passado anos cuidando juntos de cada canto da propriedade. Mais do que um patrão, Jared era seu amigo de verdade — alguém com quem dividia histórias, silêncios e sorrisos enquanto podavam as rosas ou plantavam bulbos.

Após a notícia de sua demissão, Arthur decidiu visitar aquele pequeno jardim nos fundos da casa — o favorito de Jared. Era a primeira vez que ele voltava ali desde a morte do amigo, pois as lembranças eram dolorosas demais.

Enquanto se ajoelhava para arrancar algumas ervas daninhas como um último gesto de carinho, reparou em um trecho de terra que parecia ter sido mexido. Cavou com as mãos e, para sua surpresa, encontrou uma pequena caixa de madeira com um fecho simples.

Suas mãos tremiam quando a abriu.

Dentro, havia maços de dinheiro, pequenos lingotes de ouro… e uma carta. Arthur reconheceu na hora a caligrafia de Jared:

“Isso é para você, amigo. Eu sei que vai precisar. Com carinho, Jared.”

As lágrimas escorreram pelo rosto de Arthur enquanto ele apertava a carta contra o peito. Mesmo depois de morto, Jared encontrara uma maneira de cuidar dele.

Sem dizer uma palavra a Stuart, Arthur deixou a propriedade ao entardecer, com dignidade. No dia seguinte, foi até o banco, abriu uma conta em nome de seu neto Eli — de 14 anos — e depositou ali todo o conteúdo da caixa. Aquele presente não era para agora, mas para o futuro.

Arthur conseguiu trabalho cuidando dos jardins de uma escola pública local. O salário era modesto, mas o trabalho era honesto e ele podia ficar perto de Eli.

Os anos passaram rapidamente. Eli se destacava nos estudos, era gentil e curioso, e um orgulho para o avô. Quando foi aceito num programa de verão voltado à ciência, correu para contar a novidade:

— Vovô, será que o Sr. Jared teria orgulho de mim?

Arthur sorriu com os olhos marejados:

— Sem dúvida. Ele ficaria muito orgulhoso.

Com o tempo, Arthur soube, por meio de Margaret — antiga funcionária da cozinha —, que Stuart havia perdido tudo. A fortuna mal administrada, os amigos interesseiros e os vícios transformaram a propriedade num fardo que ele não conseguiu sustentar. O banco tomaria a casa.

Arthur não sentiu prazer em saber disso. Apenas disse:

— Que pena.

— Pena? Depois de tudo que ele fez com você? — respondeu Margaret, surpresa. — Você é bom demais.

Talvez fosse. Mas Arthur sabia que guardar rancor só pesa o coração — e ele queria deixar para Eli o exemplo certo.

Um dia, enquanto caminhavam juntos rumo ao parque, Eli perguntou:

— Vovô, você vai me contar o que tinha naquela caixa que trouxe da antiga casa?

Arthur olhou para o neto — um jovem que já não era menino, mas também ainda não era homem — e respondeu com um sorriso:

— Quando você estiver pronto. Quando for a hora certa.

— E como vou saber quando for?

— Quando você tiver construído bases fortes o suficiente para que aquilo não mude quem você é.

E então, seguiu caminhando ao lado do neto. Pensando em Jared, no jardim que construíram juntos, e nas sementes que haviam plantado… algumas na terra, outras na alma.

Sementes que continuariam florescendo, muito tempo depois que eles se fossem.

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