Quando o Fregador do Vizinho Vira Prioridade: Uma Lição de Respeito no Casamento.

Meu marido estava “ocupado demais” para consertar nossa pia. Mas bastou nossa vizinha jovem e bonita pedir ajuda para ele virar um verdadeiro faz-tudo — ajoelhado, com a chave inglesa na mão e até sem camisa, como se estivesse em um comercial de ferramentas. Eu não gritei. Não briguei. Mas planejei uma lição que ele jamais esqueceria.
Tudo começou com um simples vazamento. A pia da cozinha começou a pingar, e eu pedi a Mark para dar uma olhada. Ele nem levantou os olhos do celular.
— Chama um encanador, Claire. Estou ocupado.
— Mas você mesmo instalou essa torneira ano passado…
— Estou respondendo e-mails do trabalho. Não tenho tempo pra isso agora.
A resposta foi seca e impaciente. No dia seguinte, o vazamento piorou, e liguei para o encanador. Paguei R$ 900 por algo que ele poderia ter resolvido em 15 minutos.
No caminho de volta pra casa, encontrei Lily, nossa vizinha loira de vinte e poucos anos. Ela veio saltitando:
— Claire! Você é muito sortuda! Seu marido é um faz-tudo incrível!
— Perdão?
— Ele está consertando minha pia agora! Toquei sua campainha, ele atendeu e veio correndo! Até tirou a camisa quando molhou os braços — disse, rindo.
Meu estômago virou. Fui até o apartamento dela. Lá estava ele. Ajoelhado. Concentrado. Suando. O mesmo homem que estava “ocupado demais” pra mim.
Não disse uma palavra. Só observei e fui embora.

Não o confrontei naquela noite. Planejei.
No sábado, organizei um churrasco com os vizinhos. Mark, como sempre, assumiu a churrasqueira.
Esperei até Lily chegar com seu vestido esvoaçante. Notei Mark olhando duas vezes. A deixa perfeita.
— Gente! Esta é Lily, nossa nova vizinha! — anunciei alto. — Aliás, Lily, como você fez para o Mark consertar sua pia tão rápido? Levei dias pra conseguir isso aqui em casa!
Silêncio. Todos pararam pra ouvir.
— Ah, só pedi. Ele foi tão gentil, veio na hora!
— Que engraçado — disse olhando diretamente para Mark. — Porque ele me disse que estava ocupado demais pra consertar a nossa e que eu devia chamar um encanador. Nos custou quase R$ 900.
Risadinhas desconfortáveis. Mark empalideceu.
Dentro de casa, ele veio me cobrar:
— Claire, o que foi isso?
— Uma demonstração.
— Você me envergonhou!
— Você se envergonhou sozinho quando decidiu que a pia dela era mais prioridade que a da sua esposa.
Nos dias seguintes, comecei a agir “ocupada demais” também.
Sem despertador.
Sem roupas lavadas.
Sem jantar.
— Está tudo tão corrido… acho que você pode pedir uma comida, né? — dizia com um sorriso.
Na sexta, ele finalmente sentou comigo:
— Ok. Entendi. Eu fui um idiota. Me desculpe.
— Não foi só consertar a pia dela. Foi me fazer sentir invisível. Como se o que eu peço não valesse seu tempo.
Ele segurou minha mão:
— Prometo fazer melhor.
— Ótimo. Porque a pia do banheiro começou a pingar hoje cedo.
Ele pulou da cadeira:
— Vou arrumar agora mesmo!
Consertou em tempo recorde.
Hoje, Mark arruma tudo sem reclamar. E Lily? Ela contratou um encanador profissional… que trabalha de camisa.
Na semana passada, o lava-louças fez um barulho estranho. Antes que eu falasse, ele já estava lá embaixo, chave inglesa em mãos.
— Sabia que a felicidade no casamento está diretamente ligada ao estado das pias? — brinquei.
Ele riu.
— Lições aprendidas. Da forma mais difícil.
— Ótimo. Porque se fizer de novo, da próxima vez quem vai estar no churrasco é sua mãe. E ela vai ouvir tudo.
Porque casamento se constrói com respeito, parceria… e a certeza de que, se você arrumar a pia da vizinha antes da da sua esposa, é melhor se preparar para uma inundação emocional. E essa, meu caro, nenhum encanador conserta.