Sou mãe solteira e trabalho como faxineira na mansão de um bilionário.

Por causa da minha bebê recém-nascida, precisei levá-la comigo. Mas, naquele dia, ele me pegou amamentando — e o que aconteceu depois… eu jamais poderia imaginar.
O som da chave na porta foi o primeiro aviso.
Aquele clique metálico, caro demais para uma tarde comum, fez meu coração disparar.
Ele não deveria estar ali. O senhor Monteiro, dono da mansão onde eu trabalhava, estava em viagem a Londres e só retornaria na quinta-feira. Mas, quando ouvi sua voz firme e cortante, meu sangue gelou.
— Camila?
Gelei. Ali estava eu, com a blusa erguida, a pequena Isabela mamando tranquila no meu colo. Minhas luvas de limpeza, ainda sujas de produto, estavam jogadas ao lado.
O som da maleta dele batendo no chão ecoou como um trovão. Tentei cobrir o peito, levantar, me explicar, mas minhas pernas tremiam.
— Senhor Monteiro… eu… eu não sabia que o senhor voltaria hoje… — gaguejei.
Ele me olhou — aquele olhar frio de quem nunca perde o controle. O mesmo homem que já vi demitir um jardineiro por errar o tipo de flor.
— Você tem um bebê — disse ele, mais como uma acusação do que uma pergunta.
Engoli em seco.
— Sim, senhor. Ela se chama Isabela. Tem três semanas.
Houve silêncio. Ele olhou para o bercinho desmontável escondido atrás do piano, para a bolsa de fraldas atrás do sofá. Eu sabia que estava demitida. E pior: ele poderia me denunciar. Eu não tinha contrato nem registro; trabalhava “por fora”.
— Por que não me contou que estava grávida?
Respirei fundo.
— Porque eu precisava muito desse trabalho. Não podia perder.
Ele desviou o olhar, foi até a janela e ficou ali, imóvel. Quando o celular vibrou em sua mão, leu a mensagem e sua expressão mudou.
— Acabei de receber um aviso — disse em voz baixa. — Vai haver uma auditoria trabalhista aqui na próxima semana. Eles vão pedir documentos e registros de todos os funcionários.
Meu corpo gelou. Isso significava uma coisa: deportação. Perder tudo.
— Por favor, senhor Monteiro — implorei, com lágrimas caindo. — Posso sair agora. Só me dê uma hora para pegar minhas coisas. Eu juro que ninguém vai saber.
Para minha surpresa, ele respondeu apenas:
— Sente-se.
Obedeci, sem entender.
— A ala de hóspedes tem cozinha própria. Ninguém a usa.
— Você e sua filha podem ficar lá.
Achei que não tinha ouvido direito.
— Ficar… aqui?
— É o mais prático — respondeu ele. — Assim você não precisa viajar todo dia e… resolve outros problemas.
Outros problemas? Eu não entendia. Mas quando ele olhou para Isabela — aquele olhar tenso, confuso — algo me disse que havia mais ali.
— Vamos fazer um contrato formal — completou. — Com registro, seguro, tudo legalizado.
Naquele momento, não percebi… mas ele não estava apenas me protegendo. Ele estava criando uma fortaleza — e, de certa forma, me trancando dentro dela.
Aceitei. Sem saber que, a partir dali, minha vida e a dele se entrelaçariam de um jeito perigoso, intenso e inesperado. Uma vida que prometia desafios, segredos e emoções que eu jamais imaginaria enfrentar.



