Um menino encontra um envelope com seu nome no túmulo de sua mãe adotiva.

A vida no abrigo parecia um enorme fardo para Stuart. Aos 13 anos, ele já havia passado tempo demais naquele lugar. Depois de anos perdendo a confiança nas pessoas e construindo muros ao seu redor, finalmente lhe foi dado um lar definitivo. Mas, mesmo assim, ele nunca aceitou verdadeiramente sua mãe adotiva.
Quando entrou no abrigo pela primeira vez, com apenas cinco anos, Stuart só tinha um ursinho de pelúcia rasgado, velho e desgastado, mas que servia como escudo contra o mundo exterior que ele mal conhecia.

Enquanto as outras crianças brincavam e sorriam, Stuart preferia o isolamento. Recusava-se a participar dos jogos e evitava fazer amizades. Era como se tivesse aceitado a solidão como uma realidade inevitável.
Ao longo dos anos, viu muitas crianças sendo levadas para lares temporários ou adotadas. Mas ninguém jamais se aproximava dele. Até que, quando já havia perdido a esperança, uma mulher chamada Jennifer visitou o abrigo.
Ela enxergou a dor nos olhos doces de Stuart — olhos sem o brilho comum às crianças da sua idade.
Jennifer tentou conversar com ele, mas Stuart a rejeitou, recusando-se a falar. No entanto, ao perceber que ela não desistiria facilmente, ele finalmente perguntou por que ela estava ali e se era como todas as outras pessoas que apareciam no abrigo apenas para depois irem embora sem olhar para trás.
Estendendo a mão para ele, Jennifer respondeu com firmeza que ficaria, se ele quisesse.
Mas Stuart, marcado por tantas decepções, duvidava da sinceridade de suas palavras.
— Se você quiser vir para casa comigo, estarei lá — disse Jennifer.
Stuart a encarou e perguntou:
— Mas por que você me quer? Todo mundo diz que sou uma criança triste.
Suas palavras partiram o coração de Jennifer.
— Eu te quero mais do que tudo neste mundo — ela respondeu.
Pela primeira vez em oito anos de abrigo, Stuart sentiu um fio de esperança. Ele finalmente teria um lar para chamar de seu. Mas, infelizmente, nunca aceitou Jennifer como sua mãe.
Jennifer, porém, nunca perdeu a esperança. Sabia que precisaria de tempo para curar as feridas profundas de Stuart. Ela orava para que o coração dele se abrisse um dia. Mas, com o passar dos anos, os muros emocionais de Stuart só se fortaleciam.
Ele nunca foi próximo de sua mãe adotiva e rejeitava toda ajuda que ela oferecia. Certa noite, enquanto fazia o dever de casa, Jennifer sentou-se ao seu lado, mas ele jogou os papéis no chão e disse que podia se virar sozinho.
Muitas vezes, ele a lembrava de que ela era apenas sua mãe adotiva — e que ele não era seu filho de verdade.
Cada vez que ele dizia isso, um pedaço do coração frágil de Jennifer se partia.
Quando Stuart soube que Jennifer estava gravemente doente, ainda assim a tratava como uma estranha, incapaz de aceitar o amor que ela tanto lhe oferecia.
Infelizmente, Jennifer faleceu pouco depois de receber o diagnóstico de câncer. No funeral, Stuart permaneceu calado em um canto, sem derramar uma única lágrima.
Ao vê-lo ali, Carol — melhor amiga de Jennifer — lembrou-se do último pedido da amiga: ajudar Stuart a entender o quanto ela o amava.
Dias depois, agora como tutora legal de Stuart, Carol foi até ele:
— Stuart, você deveria visitar o túmulo da sua mãe. Ela deixou algo para você lá.
Curioso, Stuart foi ao cemitério. E de fato, havia um envelope sobre o túmulo de sua mãe adotiva, com seu nome escrito. Ele o pegou e o abriu, ainda com uma postura fria.
Dentro, havia uma carta. Nela, Jennifer contava sobre a dor que sentiu ao deixá-lo no abrigo, com a promessa de voltar quando estivesse em condições de cuidar dele. Explicava que lutou com dificuldades financeiras e emocionais, e que, apesar de tudo, o amava — mesmo antes de ele nascer.
Aquelas palavras atravessaram as barreiras que Stuart levou anos para construir. Pela primeira vez, ele caiu de joelhos, com as lágrimas escorrendo sem controle.
Foi ali, diante do túmulo de quem ele nunca reconheceu como mãe em vida, que Stuart finalmente compreendeu que sempre foi amado — de forma silenciosa, paciente e incondicional.