ENCONTREI UMA CAMISOLA DE RENDA ESCONDIDA NO ARMÁRIO DO MEU MARIDO — DEPOIS VI MINHA MADRASTA USANDO-A.

Depois que meu pai faleceu, meu marido Jason, nossa filha Emma, minha madrasta Lorraine e eu passamos a morar juntos na casa que era dele.
Algumas semanas atrás, enquanto eu guardava as roupas do Jason, encontrei uma caixa escondida no fundo do armário. Dentro havia uma camisola de renda transparente. Achei que fosse uma surpresa para mim — talvez um presente romântico — e decidi não comentar nada.
Avançando para o último fim de semana: Lorraine me chamou em seu quarto com um sorriso pretensioso no rosto.

— Ah, querida, você não vai acreditar no que MEU NOVO NAMORADO me deu — disse ela, toda animada.
Quando entrei no quarto, fiquei em choque.
Ela estava usando a mesma camisola de renda que eu havia encontrado escondida no armário do Jason.
— Gostou? — perguntou ela, com um sorriso debochado. — Ele tem um gosto refinado, não acha?
Seus olhos brilhavam com malícia.
Fiquei paralisada. Minha cabeça girava. Jason estava me traindo? Com ela?
Consegui apenas balbuciar:
— Onde você conseguiu isso?
O sorriso dela se alargou.
— Meu namorado me deu — disse ela. — Eu acabei de te contar, Calla! Você não presta atenção, querida! Mas não se preocupe… talvez você ganhe uma também. Ah, e ele é bem discreto.
Saí do quarto cambaleando, com o coração acelerado e as mãos trêmulas, enquanto ouvia a risada dela ecoando atrás de mim.
— Jason — comecei, com a voz trêmula — preciso te perguntar uma coisa… e quero que seja sincero.
— O que houve, amor? Espera aí, deixa eu pausar o filme.
— Você… deu uma camisola para a Lorraine? Aquela de renda que encontrei no seu armário?
— O quê? Claro que não! Do que você está falando?
— Ela me mostrou a camisola hoje, antes do jantar — disse eu, com lágrimas nos olhos. — É a mesma que estava no seu armário.
— Você tá achando que eu compraria uma coisa dessas pra ela? Tá falando sério?
— Então como ela conseguiu?
— Eu não sei — respondeu ele, passando a mão nos cabelos. — Juro que não dei nada pra ela! O único presente que dei hoje foi um pedaço de pão de alho no jantar!
Nos dias seguintes, não consegui tirar a história da cabeça. Algo não fazia sentido.
Então, uma tarde, enquanto eu organizava o material de arte da Emma na sala de jantar, ouvi Lorraine falando ao telefone:
— Claro, Kerry, é óbvio que fui eu que plantei aquilo — sussurrou. — Aquele idiota do marido dela nem percebeu. É só uma questão de tempo até eles se odiarem. Quando forem embora, essa casa vai ser toda minha. Eles só se mudaram pra cá por isso — querem a minha casa!
Meu coração gelou. Ela tinha armado tudo. Escondeu a camisola no armário do Jason pra me fazer pensar que eles estavam tendo um caso. Queria nos expulsar da casa que meu pai havia deixado pra mim.
Naquela noite, contei tudo ao Jason. Ele ficou furioso.
— Ela quer destruir o nosso casamento — disse ele. — E pensar que trouxemos a Emma pra isso? Chega. Isso vai acabar agora.
Então elaboramos um plano.
Na manhã seguinte, durante o café, mencionei casualmente que Jason e eu estávamos pensando em nos mudar. O rosto de Lorraine se iluminou.
— Ah, se vocês acham que é o melhor… — disse ela, tentando disfarçar a empolgação.
Naquela noite, convidamos um amigo advogado para jantar conosco. Lorraine não o conhecia, então dissemos que ele era um “corretor de imóveis” ajudando a procurar uma nova casa. Durante o jantar, Lorraine não parou de dizer como preferia morar sozinha.
— Estou velha — dizia ela. — Preciso do meu espaço. E vocês, então? Não querem dar um irmãozinho pra Emma?
Mais tarde, Jason me incentivou a lutar pelo que era meu.
— Vamos, amor — disse ele. — Essa casa é parte do legado do seu pai. Ele construiu isso com as próprias mãos. Você cresceu aqui. Vai deixar tudo nas mãos da Lorraine?
— Eu não sei — respondi. — De verdade… não sei o que quero.
Sete dias depois, chamamos uma “reunião de família” na sala de estar.
Jason entregou um maço de papéis à Lorraine.
— O que é isso? — perguntou ela, folheando os documentos.
— A escritura da casa — respondeu Jason, com calma. — Pedimos uma revisão, e descobrimos que Calla e eu somos os beneficiários principais. Lorraine, essa casa não é sua. É nossa.
O rosto dela empalideceu.
— Isso não é possível. Calla! O que você fez? Seu pai nunca me deixaria sem nada…
— Ele não te deixou sem nada — respondi. — Ele te deixou muito dinheiro. Mas essa casa… é o lar da minha infância. É claro que ele queria que fosse meu.
Lorraine tentou protestar.
— E antes de pensar em fazer outro teatrinho — disse Jason —, saiba que não vamos a lugar nenhum. Mas você… talvez queira começar a fazer as malas.
— Ou pode tentar morar com seu namorado — falei, com naturalidade.
Lorraine engasgou.
— O quê? Não tem namorado? — perguntei. — Eu sei. Eu ouvi tudo. Não houve traição, Lorraine. Você armou tudo. Plantou a camisola no armário. Queria que eu pensasse que algo estava acontecendo.
— Eu confesso! — disse ela. — Inventei tudo! Só queria que vocês fossem embora!
— Eu sei. Mas olha… você tem uma semana. Estou te dando isso porque sei que é o que meu pai gostaria que eu fizesse.
— Eu posso melhorar! Faço tudo — cozinho, limpo, ajudo a Emma com as tarefas, o que for!
— Eu não quero minha filha perto de você — respondi. — Sinto muito, mas é assim que me sinto.
Dentro de uma semana, Lorraine se mudou. E, finalmente, eu tive paz na casa que meu pai tanto amava.