Meu Namorado Disse Que o Quarto Trancado Era “Só para Armazenamento” — Mas o Cachorro Dele Me Levou à Verdade

Todo mundo tem seus segredos. Eu só não imaginava que o do meu namorado estivesse escondido atrás de uma porta trancada. Quando finalmente a abri, descobri que Connor estava escondendo algo muito maior do que eu esperava.
Estávamos namorando há quatro meses e, à primeira vista, ele era tudo o que eu sempre quis. Gentil, atencioso e dono de um golden retriever adorável, o Max, que parecia me amar desde o primeiro momento.
— Você estraga ele demais — Connor dizia, sorrindo.
— Alguém tem que fazer isso — eu respondia.
O apartamento dele também era encantador — limpo, moderno, organizado. Mas havia uma coisa estranha.
Um quarto trancado.
No início, não dei muita importância. Quase todo mundo tem um cômodo da bagunça, né? Um lugar para móveis velhos, caixas esquecidas e coisas sem utilidade.
Quando perguntei, Connor riu:
— Só um depósito. Uma bagunça que não tive coragem de arrumar ainda.
— Ah, claro — brinquei. — Tá escondendo o quê aí? Um portal pra Nárnia? Uma identidade secreta? Roupas sujas?
— Queria que fosse tão interessante assim — ele respondeu. — Mas é só tralha, mesmo.
Parecia convincente.
Até que, numa noite, eu estava procurando um carregador enquanto ele cozinhava. Me aproximei da porta do quarto e, sem pensar, toquei na maçaneta.
No mesmo instante, ouvi a voz dele, firme e tensa:
— NÃO TOCA AÍ!
Meu coração disparou.
— Desculpa, eu só tava procurando…
— É proibido entrar — ele cortou. Depois respirou fundo, tentando se acalmar.
— Desculpa por gritar. É que lá tá uma bagunça enorme. Morro de vergonha de deixar alguém ver.
Tentei esquecer. Mas aquela expressão assustada e desesperada não saiu da minha mente.
Na sexta-feira seguinte, tudo mudou — por causa do Max.
Connor estava no banho. Eu assistia TV, meio distraída, quando Max começou a agir estranho. Se aproximou da porta trancada, latiu, arranhou, olhou pra mim com insistência.
E aí percebi: a porta estava mal trancada.
Meu coração bateu mais rápido.
— Isso é uma péssima ideia… — sussurrei, com a mão tremendo.
Mas empurrei a porta mesmo assim.
E tudo o que eu achava que sabia sobre Connor desmoronou.
Aquilo não era um depósito.
Era um quarto. Um quarto cor-de-rosa, mobiliado, com sinais claros de que alguém vivia ali.
Havia uma cama bagunçada, um par de sapatinhos infantis ao lado do armário, uma escova com fios de cabelo castanho no criado-mudo. Um carregador conectado na tomada.
Não era quarto de visitas. Alguém morava ali.
Antes que eu pudesse pensar, a porta do banheiro se abriu.
— Hannah? O que você tá fazendo aqui? — a voz dele cortou o silêncio.
Ele ficou paralisado.
— De quem é esse quarto, Connor? — perguntei, tentando manter a calma.
Ele hesitou. Respirou fundo.
— Não é o que parece…
— Ah, ótimo. Porque PARECE que alguém mora aqui. E eu quero MUITO saber quem.
— É da minha irmã — ele respondeu, por fim.
— Sua irmã?
Connor apoiou-se na porta, os ombros pesados.
— O nome dela é Lily. Ela tem sete anos.
Minha mãe engravidou tarde. Mas depois que Lily nasceu, ela… meio que desistiu de ser mãe. Disse que era velha demais pra isso. E desde os seis anos, Lily vinha criando a si mesma.
Fiquei em silêncio, olhando os ursinhos de pelúcia cuidadosamente dispostos na cama.
— Por que você nunca me contou?
Ele olhou pra baixo.
— Porque eu fiquei com medo. Eu gosto muito de você, Hannah. E nem todo mundo quer namorar alguém que cria uma criança pequena. Tive medo de te afastar.
Eu respirei fundo.
Naquele momento, percebi: Connor não era um cara com vida dupla. Era um homem que assumiu o papel de irmão e cuidador, quando ninguém mais fez isso.
Sorri.
— Eu gostaria de conhecê-la.
— Sério? Ela tem uma feira de ciências semana que vem… Tá fazendo um projeto sobre crescimento de plantas. Você… gostaria de ir?
— Eu adoraria — respondi, segura. — E, Connor? Nada de portas trancadas entre a gente, tá?
— Prometo! — disse ele, me envolvendo num abraço apertado.