CHEGUEI EM CASA E ENCONTREI MINHA FILHA E A BABÁ DESAPARECIDAS.

— O AIRTAG MOSTROU QUE ELAS ESTAVAM NO AEROPORTO
O que parecia um simples dia com a babá se transformou no meu pior pesadelo quando cheguei em casa e descobri que minha filha e a babá haviam sumido. Quando descobri o que tinha acontecido, quem estava envolvido e o motivo, minha raiva foi à estratosfera.
Meu ex-marido, Daniel, e eu nos divorciamos há dois anos. Sua mãe, Brenda, nunca gostou de mim, mas, curiosamente, após a separação, começou a agir de forma mais cordial.
Na semana daquele fatídico dia, minha filha Lily, de cinco anos, pegou um resfriado. A creche não aceita crianças doentes e, sem querer pedir ajuda para Daniel ou para Brenda, pedi que Jessica — minha babá de confiança — cuidasse dela. Jessica trabalhava para mim há meses e eu confiava plenamente nela.
Naquela sexta-feira, passei no caminho de casa para comprar uma sopa e animar minha pequena. Mas, assim que abri a porta, percebi que algo estava errado. A casa estava silenciosa. Silenciosa demais.
— Lily? — chamei. — Jessica?
Nada.
Revirei a sala, a cozinha, o quarto de Lily… vazio. Liguei para Jessica. Chamou, chamou… e caiu na caixa postal. Foi então que percebi: a mochila rosa favorita de Lily não estava lá. Aquela que ela nunca deixava para trás.
E então me lembrei: dentro daquela mochila havia um AirTag.
Peguei o celular, abri o aplicativo e a localização apareceu. Aeroporto.
Meu sangue gelou. Saí correndo de casa e, durante todo o trajeto, atualizava a localização. Ainda no aeroporto.
Ao chegar, entrei apressada, olhando em todas as direções até que vi: a mochila rosa. E, ao lado dela… Jessica. Mas elas não estavam sozinhas. Daniel e Brenda estavam lá também.
— O que diabos está acontecendo?! — gritei.
Brenda sorriu como se nada fosse.
— Oh, Charlotte, não precisamos fazer um escândalo.
— Mamãe! — Lily correu e me abraçou, agarrando-se à minha jaqueta. — Eles disseram que íamos para a praia.
Congelei.
— Praia? Quem disse isso?
Ela apontou para Brenda.
— Vocês iam levar minha filha para fora do estado… sem me avisar?! — minha voz tremia de raiva.
Brenda suspirou, fingindo paciência:
— Charlotte, sinceramente…
Daniel se intrometeu, com tom frio:
— Estamos levando ela para um tratamento. Você está exagerando.
— Tratamento?! — rebati. — Ela está apenas resfriada!
— Sol e ar do mar vão curá-la — disse Brenda, abanando a mão. — Já reservamos um resort por duas semanas.
Meu estômago embrulhou. Jessica arregalou os olhos:
— Espera… o quê? Vocês me disseram que ela sabia e que viria nos encontrar aqui!
— Vocês acharam que podiam simplesmente levá-la?! — gritei.
Daniel esfregou as têmporas.
— Achamos que seria melhor para ela ficar conosco por um tempo.
— Isso é sequestro! — afirmei.
O sorriso falso de Brenda sumiu por um instante.
— Não seja dramática. É só um mal-entendido.
Ri, sem humor:
— Mal-entendido? Vocês mentiram para a babá, arrumaram as coisas da minha filha e compraram passagens de avião. Como chama isso?!
Daniel tentou justificar:
— Só garantimos que ela não ficasse preocupada.
Brenda deu o último argumento:
— Charlotte, querida, estávamos apenas tentando ajudar Lily.
— Se algum dia tentarem “ajudar” assim de novo — falei com a voz afiada —, nunca mais verão minha filha.
Jessica veio até mim, pedindo desculpas.
— Eu não ouvi o celular tocar. Quando chegamos, Daniel e Brenda já estavam aqui, então fui até eles. Sinto muito, Charlotte. Eu deveria ter desconfiado.
Segurei Lily com força, e Jessica se despediu com um aceno. Lily, apreensiva, retribuiu com um pequeno sorriso.
Enquanto a levava para o carro, percebi que aquilo estava longe de ter acabado.