Encontrei um Gato com uma Placa de Identificação no Meu Jardim — Recusei 100 Mil Dólares, Mas Encontrei a Felicidade

Depois de cinco anos juntando cada centavo, fazendo horas extras e reconstruindo minha vida após o divórcio, eu finalmente consegui um cantinho só meu. Uma casa simples, mas aconchegante. Meu refúgio.
Foi numa manhã fresca que o vi pela primeira vez. Um gato preto, elegante como a noite, estava agachado sobre o muro de pedras que separava meu quintal da mata.
Saí na varanda dos fundos com a xícara de café ainda na mão.
— Ora, olá, bonitão — murmurei, sorrindo.
O gato se espreguiçou com indiferença e, com uma graça impressionante, saltou até meus pés.
Ele ronronou, arqueando o corpo sob minha mão. O pelo era macio, bem cuidado. No pescoço, havia uma plaquinha dourada com o nome “Archibald” gravado com elegância, acompanhado de um número de telefone. O nome combinava perfeitamente com aquele ar nobre que ele carregava, como um cavalheiro vestido com um casaco de pelos.
Peguei o celular e disquei o número.
— Olá? Estou ligando sobre seu gato preto, Archibald. Ele está aqui no meu quintal — informei.
— É o gato da minha falecida esposa. Ele é muito especial para mim. Está bem? Tenho procurado por ele há horas — disse uma voz masculina, serena, do outro lado.
— Está ótimo. Parece que me conhece há anos.
Passei meu endereço, e ele prometeu vir o quanto antes.
Dez minutos depois, um Jaguar antigo estacionou diante da minha casa. O homem que saiu do carro parecia saído de um filme antigo, impecavelmente vestido. Assim que viu Archibald, seu rosto se iluminou.
— Aí está você, meu velho amigo — disse ele, segurando o gato com carinho. Archibald se aninhou no peito dele, ronronando alto.
— Obrigado, senhorita. Você me prestou um grande favor — disse, entregando-me um cartão de visitas. — Se um dia precisar de algo, não hesite em me procurar. Qualquer coisa.
Li o nome no cartão: Sr. Grayson. E assisti aos dois partirem, achando que tudo acabaria ali. Mas me enganei.
Três dias depois, uma batida firme interrompeu minha rotina matinal. Um homem de terno, com uma pasta de couro, estava à minha porta.
— Sou o Sr. Peters, consultor jurídico. Posso entrar? É sobre o gato que encontrou.
Ele explicou que o Sr. Grayson estava envolvido em uma disputa judicial sobre a herança de sua falecida esposa. E o ponto principal do testamento era… o gato. Archibald era oficialmente o beneficiário de um fundo fiduciário de 5 milhões de dólares.
A irmã da Sra. Grayson contestava o testamento, alegando que o Sr. Grayson havia perdido o gato de propósito para invalidar o fundo.
— Estamos dispostos a lhe oferecer 100 mil dólares para assinar esta declaração sobre quando e como encontrou Archibald — disse ele, entregando-me um papel.
Aceitei a caneta-tinteiro, mas, ao ler, percebi algo estranho.
— A data está errada — apontei. — Isso foi uma semana depois do que realmente aconteceu.
— Está me pedindo para mentir?
Girei a caneta entre os dedos, olhando para a proposta. Cem mil por um “pequeno” detalhe… Mas isso significaria que Archibald poderia acabar com a irmã da falecida.
— Sinto muito — respondi, devolvendo o documento. — Não posso fazer isso.
Sabia que tinha feito o certo.
Na manhã seguinte, outra batida na porta. Era o Sr. Grayson, com um semblante sério, mas sereno.
— Um pequeno gesto de gratidão pela sua integridade — disse ele, entregando-me uma caixinha de madeira e um envelope.
Dentro da caixa, havia um medalhão de prata com uma foto de Archibald.
Mas o verdadeiro choque veio ao abrir o envelope: era uma escritura de posse de um pequeno imóvel para aluguel.
Foi como respirar fundo pela primeira vez em anos.
Pedi demissão do trabalho que me deixava infeliz e abri um pequeno estúdio de cerâmica — um sonho da faculdade que, até então, eu nunca tive coragem de seguir.
E foi assim que, ao recusar uma fortuna em dinheiro, ganhei algo que vale muito mais: uma nova chance de ser feliz.