“Esposa disse: ‘Mande seu pai para uma casa de repouso ou eu vou embora’

— Mas ela jamais imaginou o que o marido faria em seguida”

O dia começou como qualquer outro. A luz da manhã atravessava as cortinas gastas da cozinha, iluminando suavemente a casa que Gektor havia construído com suas próprias mãos. Aos 75 anos, ele era um homem de memórias profundas e amor duradouro — especialmente pela esposa Lina, falecida há alguns anos, e pelos filhos Alex e Stefan.

Alex morava longe, tinha se tornado advogado. Stefan era o filho mais novo, aquele que permaneceu ao lado do pai. Três anos antes, havia trazido sua esposa Angela para morar com eles. Desde então, a atmosfera da casa mudou.

Angela era uma mulher impaciente, rígida, e nunca escondeu seu incômodo com a presença do sogro. Pequenas atitudes revelavam seu desprezo: tirava o prato de Gektor antes de ele terminar de comer, criticava a casa, murmurava palavras duras atrás das portas fechadas. E Stefan… cada vez mais calado, sobrecarregado entre o amor pela esposa e o respeito pelo pai.

Numa noite silenciosa, Gektor ouviu tudo escondido no corredor. A voz de Angela foi cortante:

— Chega, Stefan! Esse velho tem que sair. Já paguei por um asilo. Ou você o leva, ou eu vou embora!

No dia seguinte, Gektor já estava com a mala pronta. Quando Stefan tentou se justificar, o pai apenas disse:

— Eu entendo, filho. Você tem uma vida para viver.

Durante o trajeto, Stefan dirigia em silêncio, visivelmente abalado. Mas ao invés de um asilo, estacionou no aeroporto.

— Pai… você não vai pra uma casa de repouso. Vamos visitar o Alex. Você vai ficar com a gente.

Gektor, emocionado, não conteve as lágrimas. Descobriu então que Stefan deixara uma carta para Angela, encerrando o casamento:

“Meu pai não é um fardo. Ele é uma bênção. Se você não consegue ver isso, então não temos mais futuro juntos.”

Angela ficou atônita ao encontrar a casa vazia e a carta em cima da mesa. Sua fúria foi seguida por um silêncio que dizia mais do que palavras: Stefan havia escolhido o pai. E não havia mais volta.

Enquanto isso, Gektor foi recebido com abraços calorosos por Alex, sua esposa Maria, e os netos que mal conhecia. Pela primeira vez em anos, ele se sentiu leve, acolhido, em paz.

Meses depois, já de volta à antiga casa — agora só de pai e filho —, Stefan fincou uma placa no jardim:

“Bem-vindo ao lar. Só entra quem é família.”

Gektor sorriu, com os olhos marejados. A tempestade tinha passado. A família verdadeira permanecia firme.

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