HISTÓRIAS

Meu namorado afirmou que sua amizade com seu ex era completamente inocente—até que uma foto virou tudo de cabeça para baixo.


Nunca me considerei o tipo de pessoa ciumenta. Eu tinha um ótimo emprego, um apartamento lindamente decorado e um relacionamento estável com Callum. Ele era o tipo de cara com quem você imagina construir um futuro—calmo, confiável, sem dramas.

Claro, havia a ex dele, Renee. No início, achei que isso não seria um problema. Muitas pessoas continuam amigas de seus ex, e eu acreditava nele quando ele me disse que a relação deles era coisa do passado. Não havia sentimentos, apenas amizade. Eu aceitaria.

Tentei tolerar os encontros casuais deles para um café, as piadas internas que eu não entendia, e até as “coincidências” em que ela surgia nos mesmos lugares que nós. Mas recentemente, ela aparecia com uma frequência desconcertante. Até que, naquele dia, algo me fez parar.

Recebi uma mensagem de Odette, minha melhor amiga. Ela não disse nada, apenas me enviou uma foto. Toquei na tela e o vi: Callum e Renee, sentados em um café aconchegante, se inclinando um para o outro, sorrindo como se fossem o casal mais feliz do mundo.

Desci para ver mais e, ao olhar a data da foto, meu coração congelou. A foto foi tirada uma hora atrás. Uma hora antes, Callum me mandara uma mensagem dizendo que estava “trabalhando até tarde” e que “falaria depois”. Mas lá estava ele, sorrindo com Renee.

E logo abaixo da foto, um comentário que fez meu sangue gelar: “Que bom que vocês estão juntos de novo!”

Meu corpo estremeceu. O que era aquilo? Uma piada? Uma confusão? Eu não sabia, mas algo estava muito errado.

Odette ligou em seguida, e eu atendi sem hesitar. Ela já estava ciente da foto e, com a voz cortante, disse: “Se fosse o meu homem, o carro dele estaria em cima de tijolos agora.”

“Odette, hoje não vamos cometer crimes,” respondi, tentando aliviar a tensão, mas meu coração ainda batia acelerado.

Mas Odette não estava brincando. Ela sugeriu que fizesse algo mais… criativo.

Eu não confrontei Callum imediatamente. Em vez disso, decidi agir como se nada estivesse acontecendo. Quando ele entrou em casa, eu estava na cozinha, mexendo uma panela de macarrão, como se tivesse passado a noite toda sem saber do encontro dele com Renee.

“Oi, amor,” ele disse, largando as chaves no balcão. Eu me virei, sorri e fui até ele para um beijo. “Dia longo?”

“O pior,” ele respondeu, se deixando cair no sofá. “Reuniões consecutivas, minha cabeça está fritando.”

“Mentiroso,” pensei, mas continuei com a fachada. Sentamos para o jantar, e tentei ser casual.

“Então, algum projeto interessante no trabalho?” perguntei, observando-o de soslaio enquanto ele comia.

“Ah, o de sempre,” respondeu ele, “reuniões, prazos… você sabe como é.”

“Bem, pelo menos teve um pequeno descanso hoje?” perguntei, sem conseguir esconder minha leve ironia.

“Na verdade, não,” ele suspirou. “Mal tive tempo para comer.”

Eu sorri internamente. Sabia o que ele estava fazendo.

“Callum, você está se matando de trabalhar. Vai acabar virando aquele cara que responde e-mails no meio de um jantar romântico,” eu disse com um sorriso doce.

Ele riu, sem perceber que eu estava prestando atenção em cada detalhe.

Mais tarde, quando ele estava relaxado no sofá, seu telefone tocou. Ele rapidamente virou a tela para baixo.

“Trabalho de novo?” perguntei, fingindo despreocupação.

“Sim, apenas algumas alterações no projeto,” ele respondeu, evitando meu olhar.

Então, fiz a pergunta que ele não esperava: “E a Renee? Você a viu essa semana?”

Ele se esticou no sofá, desconfortável. “Não,” disse rapidamente. “Só nos encontramos um dia desses.”

Ah, claro. “E como foi?”

“Nada de mais,” ele respondeu, pegando um copo de água.

Fui mais direta. “A sério?”

“Bem, ela só me parou para conversar, nada importante.”

Eu sorri, como se acreditasse nele, mas estava sabendo de tudo.

Depois que ele adormeceu, finalmente tive minha chance. Com cuidado, peguei o telefone dele. Face ID desbloqueado, fácil. Eu sabia que precisava de provas. As mensagens de Renee estavam lá. Ela convidando-o para outro encontro no café. Nada de amizade inocente.

Quando ele acordou, sabia que teria que enfrentar a verdade.

Mas eu não me apressei. Passei o dia em silêncio, deixando que Callum acreditasse que tudo estava bem. Quando ele ligou, eu já estava pronta para a minha jogada.

“Oi, querida. Como está sua noite?” comecei, sorrindo enquanto tomava meu milkshake.

“Estou confuso, Ayla. O que você fez?” Callum parecia frustrado.

Fingi surpresa. “Ah, não sei, Callum. Talvez só me incomodei um pouco ao saber que você estava ‘trabalhando até tarde’ enquanto tomava um café aconchegante com a sua ex.”

“Não foi assim,” ele respondeu, tentando se defender.

“Ah, claro,” disse eu, com um sorriso irônico. “E agora, o que está acontecendo?”

“Flores chegaram aqui na minha mesa,” ele disse, a voz tensa.

Eu me recostei no sofá, sentindo a satisfação de ter o controle da situação. “Ah, foi só um gesto gentil de amigos, não é?”

“Mas o cartão…” ele continuou, exasperado. “Dizia: ‘Para as memórias. Aproveite enquanto dura.’ O que isso quer dizer?”

Eu ri baixinho. “Ah, Callum, amigos merecem flores, certo?”

A conversa continuou, mas eu sabia que já havia dado o meu golpe final. Ele tentou se justificar, mas já não havia mais espaço para desculpas. Eu sabia que ele estava mentindo, e agora ele tinha que lidar com as consequências.

Quando ele voltou para casa, trouxe Renee consigo. A confusão estava prestes a ser desfeita de uma vez por todas.

“Callum, preciso da verdade,” eu pedi.

“Eu estava comprando um presente para você,” ele finalmente admitiu, tentando parecer convincente.

Mas não havia mais espaço para desculpas. Eu sabia o que ele estava tentando esconder. O jogo acabou.


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