HISTÓRIAS

“Papai, se você for embora, a nova mamãe vai me dar o remédio de novo. Me salva.”

— sussurrou Sofia, agarrada ao pai. Chocado, Oleg percebeu que algo estava muito errado.

Na manhã seguinte, ele comunicou à esposa, Larisa, que faria uma breve viagem de negócios a Brașov.

— Preciso ir por dois dias — disse ele, observando cuidadosamente a reação dela. — É um cliente importante, preciso resolver isso pessoalmente.

Larisa apenas sorriu, com o rosto ainda preso ao celular.

— Claro, querido. Eu e Sofia vamos nos virar como sempre.

Mas ao olhar para a filha à mesa, Oleg viu seus ombros se encolherem. Sofia não disse uma palavra. Recusou a comida e manteve os olhos baixos. Quando ele a abraçou para se despedir, a menina segurou com força seu braço e sussurrou:

— Por favor, não vá.

Oleg apenas respondeu, acariciando seus cabelos:

— Confie em mim. Eu estou por perto.

Dirigiu até o fim da rua e estacionou o carro. Permaneceu ali, escondido, esperando. Uma hora depois, Larisa saiu com Sofia no carro. Oleg seguiu à distância.

Ela deixou a menina na escola, mas, no horário do almoço, voltou e a retirou mais cedo. Em vez de ir embora, levou Sofia de volta para casa. Oleg esperou cerca de meia hora antes de se aproximar silenciosamente pelo portão dos fundos.

Com as janelas entreabertas, ele conseguiu ouvir a conversa.

— Sofia, coma algo e depois tome o remédio — disse Larisa.

— Não quero… esse remédio me faz dormir o tempo todo — protestou a menina.

— O médico disse que é pra sua ansiedade — insistiu Larisa.

— Mas o papai nem sabe de médico nenhum! — respondeu Sofia.

Oleg, alarmado, espiou pela janela da cozinha. Viu Larisa com um copo de água e uma cartela de comprimidos na mão.

— Sofia, não me faça insistir. Você sabe o que acontece se não se comportar.

Foi o suficiente. Oleg entrou na cozinha, a voz firme:

— O que é isso?

Larisa se assustou e deixou os comprimidos caírem no chão. Sofia correu e se agarrou à perna do pai.

— Oleg! Eu… pensei que você estivesse viajando! — gaguejou Larisa.

— Que remédio é esse? — ele exigiu saber, pegando a caixa no chão.

— É só um calmante leve, recomendado pelo pediatra… — tentou justificar.

— Que médico? Quando você levou Sofia sem me avisar?

Sem resposta coerente, ele leu o rótulo. Era um sedativo forte, indicado apenas para adultos com distúrbios sérios do sono.

— Você drogava minha filha para ela ficar mais fácil de lidar? — gritou, indignado.

Larisa explodiu:

— Sua filha é insuportável! Chora por você o tempo todo, não me obedece, tem crises… Essas pílulas eram a única forma de controlá-la!

— Arrume suas coisas. Agora. Você tem uma hora para sair da minha casa — disse ele, em tom baixo e implacável. — Caso contrário, chamo a polícia.

Larisa tentou protestar, mas percebeu que não havia saída. Foi para o quarto arrumar suas coisas.

Oleg foi até o quarto de Sofia. A menina estava encolhida na cama, abraçada ao relógio de pulso.

— Ela já foi embora? — perguntou, com os olhos marejados.

— Vai embora agora. E nunca mais vai te machucar — disse ele, abraçando-a. — Sinto muito, filha. Eu não sabia.

— Ela dizia que se eu contasse, você ia me mandar para um internato…

Oleg sentiu-se devastado. Como não percebeu antes?

— Isso nunca mais vai acontecer. Eu prometo — disse ele. — De agora em diante, serei mais presente. Seremos só nós dois.

Nas semanas seguintes, ele tomou providências: contratou um advogado para o divórcio, conversou com a empresa para reduzir as viagens e começou sessões de terapia para Sofia.

Aos poucos, a menina voltou a sorrir. As notas melhoraram, fez novas amizades, retomou as atividades escolares.

Certa noite, antes de dormir, Sofia perguntou:

— Papai, você acha que um dia eu vou ter uma mãe de verdade?

— Talvez — respondeu Oleg, acariciando seu cabelo. — Mas não temos pressa. Por enquanto, estamos bem assim, não estamos?

— Nós dois contra o mundo — disse ela, sorrindo.

E naquele momento, Oleg soube: nunca mais permitiria que sua filha fosse ferida. Seria o pai que ela precisava — presente, vigilante e protetor.

Porque o lugar mais seguro para uma criança é o coração de um pai que realmente a ama.

💳 Conscientização – Cartão de Crédito: Liberdade ou Prisão Financeira?
O cartão de crédito pode ser um grande aliado ou um inimigo silencioso. Ele facilita compras, oferece parcelamentos, acumula pontos e garante segurança em transações. Mas também está entre as principais causas de endividamento das famílias brasileiras. E o motivo, na maioria das vezes, é o uso inconsciente.

Muitas pessoas enxergam o cartão como uma extensão da renda. Quando o salário acaba, o cartão entra como “salvação”. Porém, esse é um grande erro. O limite disponível não é dinheiro extra — é dinheiro emprestado, e, portanto, precisa ser devolvido, muitas vezes com juros altíssimos.

O problema se agrava quando a fatura começa a crescer e o pagamento total se torna impossível. A alternativa? Pagar o mínimo. E é aí que a dívida entra no crédito rotativo, com juros que ultrapassam 300% ao ano. Em pouco tempo, o valor devido se transforma em uma bola de neve que compromete o orçamento, a saúde emocional e o bem-estar familiar.

Cartões de crédito não são vilões por si só. Eles se tornam armadilhas quando usados sem controle, planejamento e responsabilidade.

Dicas para usar o cartão com consciência:
Nunca gaste mais do que você pode pagar no mês.

Evite parcelamentos longos, principalmente em compras supérfluas.

Sempre que possível, pague o valor total da fatura.

Use o cartão como ferramenta de planejamento, não como solução para emergências.

Acompanhe seus gastos com frequência, por aplicativos ou planilhas.

Educação financeira é a principal arma contra o descontrole. Entender como o cartão funciona é o primeiro passo para usá-lo a seu favor. Afinal, liberdade financeira começa com escolhas inteligentes.

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