HISTÓRIAS

Ultrassom e uma Descoberta Surpreendente: Meu Marido com Outra Grávida

Depois de cinco anos tentando engravidar, finalmente vi as duas linhas rosas no teste. Mas após tantas decepções, decidi não contar a Ronald ainda — queria ter certeza absoluta. No ultrassom, o médico apontou para um pequeno coração batendo. Era real. Eu estava grávida.

Mas ao sair da clínica, minha alegria congelou.

No fim do corredor, vi Ronald. Ele estava abraçando uma mulher grávida, com as mãos pousadas sobre a barriga dela. Não era um abraço comum — havia intimidade entre eles.

Amedrontada, me escondi atrás de uma máquina de vendas. Meu coração disparou. Quem era ela? O que ele estava fazendo ali com ela? Eu precisava descobrir.

Respirei fundo, segurei firme minha bolsa, engoli a ânsia e tomei uma decisão: eu os seguiria.

Chamei um Uber enquanto os observava indo embora. Ronald ajudou a mulher a entrar em seu carro com uma delicadeza que doeu em mim. Quando meu Uber chegou, entrei rapidamente e pedi ao motorista:

— Siga aquele sedã azul, por favor.

Ronald parou em frente a uma casa pequena e desconhecida. Pedi para o motorista me deixar ali mesmo. Observei enquanto ele ajudava a mulher a sair do carro com cuidado, e meu peito apertou de novo.

Com coragem, caminhei até a porta. Quando ele a abriu, seu rosto perdeu toda a cor.

— Carol? O que você está fazendo aqui?

— Acho que sou eu quem deveria perguntar isso — respondi, entrando.

A mulher estava na sala. Jovem, devia ter pouco mais de vinte anos. Tinha olhos brilhantes e pele clara. Ao me ver, arregalou os olhos e… sorriu.

— Você é a Carol!?

Antes que eu dissesse algo, ela cruzou a sala e me abraçou. Fiquei paralisada, sem entender nada.

— O que está acontecendo aqui? — perguntei.

Ronald passou a mão pelo rosto, nervoso.

— Carol, deixa eu explicar.

— Você está grávida? — a moça perguntou.

Assenti, ainda sem entender nada.

— Isso é maravilhoso! Nossos filhos vão crescer juntos como verdadeiros irmãos!

— O quê?

— Não como irmãos de sangue, mas ainda assim… como família — disse Ronald, emocionado. — Carol, essa é Anna. Ela é minha filha.

Eu a encarei em choque.

— Oi… — disse ela suavemente. — Sou a Anna.

Ronald continuou:

— Eu não sabia da existência dela até pouco tempo. A mãe dela e eu tivemos um relacionamento antes de você. Ela nunca me contou que estava grávida. Descobri tudo recentemente.

Anna complementou:

— Minha mãe faleceu há alguns meses, de câncer de mama. Encontrei o nome do meu pai nos documentos dela e resolvi procurá-lo. Não tenho mais ninguém.

Naquele instante, as peças começaram a se encaixar. As noites que Ronald dizia estar trabalhando até tarde, os jantares perdidos, a cabeça longe…

— Você estava tentando se aproximar dela — conclui.

— Sim — disse ele. — E agora vou ser pai… e avô também. — Ele riu, emocionado.

Sentei-me em uma cadeira, sentindo as pernas fraquejarem.

— Eu achava… tinha certeza de que estava sendo traída.

— Deus me livre! — disse Anna. — Ele fala de você o tempo todo! Carol isso, Carol aquilo. Já estava até irritante! Eu o enchi para finalmente te apresentar.

Involuntariamente, um riso escapou de mim, junto com as lágrimas que desciam.

Mais tarde, sentados à mesa da cozinha de Anna, tomávamos chá de camomila — ideia dela, dizendo que era melhor para os bebês.

— Me desculpe por não ter contado antes — disse Ronald. — Queria fazer isso direito, apresentar vocês com calma.

— E eu te seguindo de Uber… definitivamente não foi o jeito certo — brinquei.

Anna riu:

— Foi o melhor enredo! Vou contar para meu bebê que a avó achou que estava sendo traída, mas acabou descobrindo que seria avó!

— Avó? — repeti, surpresa. A palavra soou estranha, mas também doce.

— Melhor ir se acostumando — disse Ronald, segurando minha mão. — Em dois meses, você será madrasta e avó. E em sete, mãe também.

Anna se animou:

— E aí? Vamos fazer compras de bebê juntas? Quero pelo menos um par de macacões combinando pros nossos pequenos! Achei uma lojinha linda no centro…

Sorri, sentindo pela primeira vez que, de uma situação que parecia um pesadelo, estava nascendo algo… maravilhoso.

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